Em outubro de 2015, fiquei sabendo através dos programas jornalísticos das rádios e blogs da nossa cidade das comemorações do aniversário de 15 anos do Centro de Cultura Antônio Carlos Magalhães. No convite feito a sociedade Jequieense pelo seu coordenador Alysson Andrade, constava na programação festiva à apresentação da Orquestra Clássica Popular de Jequié. Naquela noite, muito curioso, fui ao evento, especialmente para certificar-me da existência de uma orquestra em Jequié. Para minha alegria, constatei que era verdade. Gostei imensamente da apresentação, um acontecimento inesquecível.

Para minha satisfação, no ano de 2016 quando coordenava o Centro de Cultura ACM, a Orquestra Clássica Popular de Jequié estava ensaiando numa sala cedida pela instituição. Devido uma programação no espaço que contou com a participação da orquestra e convidados de Jequié no mês de abril, tive a oportunidade de ficar bem próximo dos seus componentes e o prazer de conhecer um pouco mais do belo trabalho realizado pela nossa orquestra.

Nesta matéria, torno conhecida a história da orquestra Clássica Popular de Jequié para a nossa comunidade, contada pelo seu maestro Mario Thiago Alves dos Santos.

Inicialmente, Thiago montou uma orquestra infantil na escola de ensino fundamental Joaquim Marques Monteiro, localizada no bairro do Brasil Novo – Jequié BA, através do programa “Mais Educação”, coordenado pela professora Luciana Xavier. A orquestra era formada por vinte crianças com idade de 8 a 13 anos, usando os instrumentos gentilmente cedidos pela “Sociedade Filarmônica Amantes da Lira” através do seu maestro Givaldo Cruz

Findado o projeto, Thiago foi para Salvador – BA, onde se capacitou com pedagogos da Orquestra Neojiba. Depois do rico aprendizado adquirido na capital do Estado, o músico retornou para Jequié cheio de idéias novas e ansioso para colocar em prática os novos conhecimentos musicais. A concretização para colocar em prática os novos conhecimentos, aconteceu quando em março de 2015 recebeu um convite de Neguinho da flauta, coordenador do projeto ISFA (Instituto de Formação Cidadã São Francisco de Assis) da cidade de Manoel Vitorino – BA para dar aula de Flauta. Motivado pelo bom desempenho demonstrado pelos jovens alunos, naquele mesmo ano o maestro e o coordenador tiveram uma idéia de formar uma orquestra, ótima oportunidade para Thiago continuar colocando em prática seus recentes aprendizados. Com instrumentos adquiridos pela instituição, vinte crianças com idade de 8 a 15 anos iniciaram o novo projeto, que foi desenvolvido somente em ensaios realizados num prédio que pertencia à prefeitura daquele município.

Thiago que hoje estuda licenciatura em música pelo sistema EDA na UNIMES (Faculdade Metropolitana de Santos), vislumbra no mesmo ano de 2015 em Jequié a concretização de um sempre vivo desejo de formar mais uma orquestra.

Depois de dirigir no CEEP (Centro Estadual de Educação Profissional em Gestão e Tecnologia da Informação Régis Pacheco) a fanfarra da instituição durante um período de 1 ano, quando Elvia Sampaio era a diretora, Thiago inspirado na Banda Marcial do antigo IERP (Instituto de Educação Régis Pacheco) e diferentemente dos projetos anteriores, dar início a um novo projeto. Juntando jovens e adultos amigos com conhecimento musical, começa a ensaiar a orquestra na sala utilizada pela fanfarra, cedida sem ônus pela direção do colégio durante seis meses. A orquestra era formada por 30 músicos e somente ensaiava. Neste período, Thiago encontrou com o músico Bené Sena, contou que estava dirigindo a orquestra no CEEP e convidou o artista para assistir um ensaio. Bené um apaixonado por música clássica, foi, gostou e indicou para Alysson Andrade, coordenador na época do Centro de Cultura ACM, que coincidentemente estava procurando uma novidade para fazer parte da programação dos 15 anos de aniversário daquele espaço. A orquestra foi convidada e apresentou-se em outubro de 2015 pela primeira vez para a população de Jequié.

Os instrumentos da formação e da apresentação foram como sempre cedidos pela “Sociedade Filarmônica Amante da Lira”, através do seu maestro Givaldo Cruz, que continuam servindo a orquestra, cuidados pelos músicos. Nesta apresentação tocaram 31 músicos, sendo: 9 Violinos, 3 Trompetes, 4 Trombones, 2 Bombardinos, 1 Percursionista, 6 Saxofones, 4 Clarinetas e uma Flauta Transversal, tocando músicas clássicas e populares, agradando ao público que lotou o ACM.

Em seguida a realização do evento, o coordenador convidou a orquestra para ensaiar gratuitamente em uma sala do Centro de Cultura.

No ano de 2016, dirigido pelo produtor musical Alysson Andrade os Metais e o Quarteto de Cordas da orquestra apresentaram-se no Cento de Cultura ACM, através do projeto “Vai Dar Cena”, iniciativa que contou com o patrocínio da Secretaria de Cultura da Bahia, por meio do Fundo de Cultura do Estado.

Estas apresentações serviram de suporte para a orquestra, que estava mudando de repertório para mais uma apresentação. O evento aconteceu em 13/04/2016 e teve o apoio do ACM através do projeto de pauta gratuita, que destina toda a renda do acontecimento para o proponente, uma ação aplausível do governo para ajudar o meio artístico cultural. De acordo informação do seu maestro, com a quantia arrecadada no evento conseguiu comprar alguns instrumentos que estavam faltando na orquestra. Nesta apresentação a orquestra contou  com 31 músicos e também a participação especial de: Averaldo e Abelardo na viola e violão, Ricardo Caldas, sobrinho do cantor Luiz Caldas, Junior Bléa no Contra-Baixo, Fernando Keffer na Bateria, Edmilson e Paulo Cesar na Percussão e Tribuna no Acordeom.

A orquestra naquela noite apresentou músicas de Roberto Carlos, Roupa Nova, Beethoven, Sinfonia Africana, The Glacir e com os Violeiros convidados tocaram: Saudade de Minha terra, Boiadeiro Errante e Menino da Porteira.

Após esta apresentação, a orquestra continuou ensaiando no ACM e apresentou-se no São João de Jequié na abertura da Vila Junina no dia 14/06/2016, convidado pelo Secretário de Cultura Alysson Andrade, onde tocou músicas de São João compostas por: Dominguinhos, Luiz Gonzaga, Alceu Valença e Elba Ramalho.

A orquestra continuou ensaiando no Centro de Cultura ACM até o final de Junho/2016.

Atualmente está ensaiando numa sala do Museu de Jequié, cedida pela Secretaria de Cultura de Jequié através do seu secretário Alysson Andrade e do diretor de eventos Bené Sena, com o intuito de formar a Orquestra Municipal de Jequié e de instalar-se definitivamente no Teatro Municipal de Jequié.

Texto editado na Revista Cotoxó de setembro de 2016