Brasil irá financiar construção de hospitais na Palestina


Após passar dois dias nos territórios palestinos, o Ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes voltou à Israel neste sábado (3), de onde partirá para o restante de sua tour pelo Oriente Médio, visitando Jordânia a Líbano.

Conforme anunciou a mídia palestina, a visita do chanceler serviu para uma aproximação do governo brasileiro com a Autoridade Palestina (AP). Durante as reuniões que participou em Ramala, a capital palestina, Nunes se encontrou com Pierre Krahenbuhl, comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNWRA, na sigla original).

Recentemente, o presidente americano Donald Trump anunciou que vai reduzir de US$ 130 milhões para US$ 60 milhões os repasses aos palestinos. O motivo alegado é a falta de transparência no uso das verbas internacionais por parte da AP. Além de denúncias de corrupção, o governo de Abbas insiste em manter ativo um programa que recompensa financeiramente as famílias de terroristas mortos ou presos após ataques a Israel.

O anúncio do corte fez com que a UNWRA passasse a pedir ajuda a diversos países, tendo recebido um reforço nas doações vindas da União Europeia.  Segundo Krahenbuhl haverá um “colapso” na agência, que pode agravar a tensão na região, uma vez que os palestinos ameaçam iniciar novos confrontos caso se confirme a mudança da embaixada dos  EUA de Tel Aviv para Jerusalém, possivelmente em 14 de maio.

O Brasil já se manifestou contrário à decisão de Trump e insiste em apoiar a chamada “solução de dois estados”, seguindo as linhas de 1967, o que significa dividir Jerusalém em duas partes, entregando a porção oriental para os palestinos.

Segundo reportagem da Folha de São Paulo, Aloysio não prometeu a Krahenbuhl que o Brasil irá contribuir para “cobrir o buraco deixado pelo corte americano, pela simples razão de que o Brasil não dispõe de recursos para
tanto”.

Contudo, o chanceler brasileiro discutiu na quinta-feira (1) com o presidente palestino Mahmoud Abbas, o ministro palestino das Relações Exteriores Riyad Maliki, e o primeiro-ministro Rami Hamdallah, projetos de cooperação
entre os dois países, que já teriam sido expostos durante recentes visitas dos ministros da Saúde e da Educação.

Entre esses projetos estaria a construção de um hospital para cirurgias cardíacas que funcionaria com um braço na Cisjordânia e outro na faixa de Gaza. A informação foi comemorada pelos palestinos, como noticiou o jornal Al Mostsr.

Esse não será o primeiro investimento do tipo. Em março de 2016, ainda no governo Dilma Rousseff, foi inaugurado um Centro de Saúde em território palestino totalmente financiado pelo Governo do Brasil, um país que vem experimentando cortes constantes na área da saúde.

Segundo nota do Itamaraty na época, a construção fazia “parte de uma série de iniciativas que vem sendo desenvolvidas nas áreas de saúde, agricultura e educação, resultado do anúncio de uma doação brasileira de USD 10 milhões, durante a Conferência de Paris de 2007, para projetos de cooperação humanitária para a reconstrução de Gaza”.

O portal Gospel Prime entrou em contato com o Itamaraty, via e-mail, questionando sobre o assunto, mas não recebeu uma resposta até o fechamento desta matéria.

Crédito da foto: Ministério das Relações Exteriores

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