Busca por filhas de traficante morto termina sem sucesso


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Familiares voltaram ao lugar onde o traficante foi encontrado morto (Foto: Carol Aquino/ CORREIO)

Uma manhã inteira de buscas em vão. Assim terminou a terça-feira da família das pequenas Lunna, 1, e Sofhia, 5, filhas do traficante Robson Luís Lima, o Robin. O homem era uma das lideranças da facção Katiara e foi morto a tiros num matagal na localidade de Abobeiras, zona rural do município de Pedrão. 

Liderados pelo pai de Robin, Roberto Luiz Lima, um grupo de cerca de 60 pessoas voltou ao local onde os corpos de Robin, o da sua esposa Juliana Nascimento e a do comparsa Danilo Souza foram encontrados na madrugada do último sábado (29). Lá, ainda é possível ver o retrovisor e cacos de vidro carro onde estavam as vítimas, que foi cravejado de balas, e um cacto perfurado por um tiro.

O objetivo era achar alguma pista do paradeiro das suas netas. “Minha esperança é que assim como eu achei meu filho, eu ia achar elas também”, disse. 

No matagal que fica às margens da estrada de terra, sem casas ao redor, o grupo se arriscou sozinho. Uns de botas, outros de chinelos, todos estavam empenhados na busca pelas crianças. Amigos e familiares entraram mata adentro empunhando facões. Por estarem em grupo, acreditaram correr menos risco. 

Por volta do meio-dia, cinco policiais da 97ª Companhia Independente de Polícia Militar – Pedrão chegaram para acompanhar as buscas. No início da manhã, o grupo de Roberto foi até a Delegacia de Pedrão solicitar ajuda policial, mas não esperou até que homens foi deslocados para ajudar na empreitada. 

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Meninas estão desaparecidas (Foto: Reprodução)

Apesar de todo o esforço em conjunto da família que veio de Salvador somente para tentar descobrir o paradeiro das meninas, nem uma pista sequer foi encontrada. “Agora voltamos para o zero”, diz o homem, cabisbaixo. Mas, determinado, ele não perde a fé de encontrar as meninas, vivas ou mortas. “Eu quero elas para criar ou para enterrar”, diz Roberto Lima. 

No peito sofrido do avô fica uma mistura de revolta e sentimento de injustiça. “As minhas meninas não tinham que pagar pelo pai”, murmurava Roberto, quase indo às lágrimas. Sua esposa, a merendeira Maria Lúcia Santos, 63 anos, mantém as forças e pede a quem encontra pela frente colaboração para encontrar Lunna e Sofhia. “Graças a Deus, todo mundo procura ajudar. Quando se fecha uma porta, se abre uma janela”.

Porém, além da dor da perda da filha e da angústia de não saber o que aconteceu com as netas, ela tem que conviver com telefonemas falsos. “Às vezes as pessoas ligam e dizem que as meninas estão em tal hospital e chega lá elas não estão”, lamenta a mulher. Quem tiver qualquer informação com relação às crianças pode entrar em contato com os telefones (71) 3301-7488 ou 99330-8945. 

Família unida
Na turma que acompanhava Roberto, iam avós, filhos e netos, além de amigos da família. Ao lado do homem quase todo o tempo estavam o amigo Marcelo Leite e o neto Pablo Lima. “A Bahia toda já se mobilizou com essa história. A gente como pai também sente essa dor e lá em Valéria a gente se  uniu em um só canto: “Lunna e Sofhia, onde será que elas estão agora?’, diz o amigo da família Marcelo Leite, que também veio de Salvador para ajudar nas buscas.  

Com a desenvoltura de um adulto, Pablo, 16 anos, mostra o lugar onde o tio foi encontrado morto. Ele conta que um outro tio sentiu que estava perto de encontrar Robson Luís. “Meu irmão tá nessa mata. Ele está me chamando”, reproduz o garoto. O adolescente revelou que primeiro os familiares acharam a camisa da vítima, para depois achar o corpo com as mãos amarradas e já coberto por insetos. 

Uma amiga da família, Lúcia Dantas, mostrava as sapatilhas sujas de lama e clamou por mais apoio do poder público. “A gente merece uma resposta em relação à vida das crianças. A gente precisa de ajuda da Justiça, do Ministério Público, do Conselho Tutelar. Desde sábado, estamos nessa luta”, desabafou. 

Investigação
O inquérito que investiga a morte do casal e do comparsa e o desaparecimento das crianças está sendo presidido pelo Delegado Titular de Pedrão, Henrique Moraes. No final da manhã desta terça-feira (2), ele se reuniu com a Coordenadora da 2ª Coordenadoria de Polícia do Interior – Alagoinhas, Lélia Raimundi, para montar as estratégias de investigação do caso.

Em conversa com o CORREIO, ela explicou que as buscas pelas crianças vão ter ajuda de policiais da 2a Coorpin, que serão deslocados para Pedrão. Até o momento, segundo a delegada, não há indícios de que havia crianças no carro. 

Moraes confirmou que até o momento não há pistas do paradeiro das crianças. “Não foi encontrado nenhum corpo de crianças na região”, explica. Segundo ele, ainda não é possível apontar o que aconteceu na noite do crime. “Só a conclusão do laudo pericial que vai permitir esclarecer os detalhes”, apontou. Correio

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