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História da Família Meira

Por Portal Catingal / 12 de maio de 2016 às 22:50


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Família de Espanha que tomou o apelido de Meira no bispado de Tuí, na Galícia. O mais antigo que se conhece é Rodrigo Afonso de Meira, que daí foi para Portugal no ano de 1369. Dom Heitor de Meira, da corte de Dom João I, foi o tronco dos Meiras que vieram para o Brasil. Não é possível precisar quais os primeiros, mas é certo que Marcos de Meira e Luiz de Meira, Filhos de Baltazar de Meira, vieram para o Brasil no início do século XVIII. Foram habitar em serro frio, em Minas Gerais, dali a família se ramificou para a Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. Na cidade de Camamu – BA, no início do século XVIII, nasceu Francisco Antunes Meira, vindo a se casar com Dona Isabel Mariana de Castro. Deste casal houve muitos descendentes no norte do Brasil.

Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira.

A família Meira ramificou-se para Jequié, vindo das cidades de Aracatu, Livramento de Nossa Senhora, Bom Jesus dos Meiras (hoje Brumado), Poções, Ituaçu, Maracás, Volta dos Meiras (hoje Catingal) – distrito de Manoel Vitorino, Porto Alegre – distrito de Maracás e outros municípios da região todos localizados na Bahia. Não sabemos certificar o primeiro membro da família Meira a chegar em Jequié. De acordo com informações do diretor do museu de Jequié Raimundo Meira, o Coronel Martiniano de Souza Meira foi um pioneiro na aquisição de terras localizadas na antiga fazenda “Borda da Mata”. Por volta de 1860, ele comprou uma vasta área de terra em mãos dos descendentes do inconfidente José de Sá Bitencourt. Outros membros da família como Major Martiniano de Castro Meira e Capitão Martiniano Meira, que em 1927 construiu o prédio da atual “Casa de Saúde Santa Helena”, foram destaque no nosso município.  Do casamento de Martiniano Meira Neto e Honorina Meira Magalhães nasceu o filho Henrique Meira Magalhães que se casou com Iracema Dantas Moreira Magalhães.

Rogério de Souza Meira, um rico fazendeiro que nasceu em Catingal, onde foi proprietário da Fazenda Cajueiro, é outro que, baseado nas informações familiares, pode ser considerado como pioneiro na região. Foi ele que, com ajuda de seus escravos, construíram a Fazenda Pedras, no município de Manoel Vitorino – BA, onde havia uma senzala. Hoje a propriedade pertence aos filhos de Osvaldo Álvares Meira. Deste ramo familiar surgiram:  Hermano Souza Meira, Rogério Meira Neto, Hilário Bastos Meira (84 anos) que se casou com Adalgisa Silva Meira (82 anos).

Do casal José Barros Meira, que nasceu em 1870 no distrito de Catingal e Maria de Jesus Barros Meira, foi gerado uma figura importante para a indústria da nossa terra, o carpinteiro Marceliano Barros Meira (Celi Meira), nascido em 1900 no distrito de Catingal e casou-se com Francisca Alves Meira, nascida em 1901 no município de Livramento de Nossa Senhora – BA, onde ficaram morando. Em 1929 veio para Jitaúna – BA e depois em 1932 para Jequié – BA, onde morreu em 1987.

Uma figura marcante da família, também lembrada, é Augusto Meira Castro, que era tratado carinhosamente como Major Nozinho.  Ele nasceu em 08/11/1875 na cidade de Livramento de Nossa Senhora – BA, e dali foi estudar Medicina no Rio de Janeiro. Abandonou os estudos e veio ser farmacêutico no distrito de Catingal.
Casou-se Rosa Angélica Alves Meira nascida em Catingal. Em segundas núpcias casou-se com Estefânia Almeida Meira nascida em 02/09/1910 Petrolina PE.

O fazendeiro Altino Alves Meira foi mais um Meira nascido em Catingal. Casou-se com Perciana Alves Meira nascida em Gameleira dos Machados (hoje Aracatu – BA). A geração continuou com Inácio Brito Meira, nascido em Catingal que se casou com Idália Alves Meira, de Aracatu-BA onde nasceu a em 16/12/1896 e morreu em Jequié – BA  em 20/02/1999 com idade de 103 anos.

De Mário Meira Castro e Maria Eufrozina Guimarães Meira, sabemos que eram os pais de Maria Noêmia Guimarães Meira, natural de Catingal que se casou com Antônio Augusto Alves Meira ambos de Catingal.

Da região dos conflitos entre os Rabudos e Cauaçus, citamos o comerciante Randulfo Marques da Silva nascido em 12/04/1897 em Ituaçu – BA, filho de José Marques da Silva (Zezinho os Laços) e morreu em 06/03/1974 em Jequié – BA. Casou-se com Florinda Meira e Silva nascida em 15/08/1894 na Fazenda Rochedo – Porto Alegre distrito de Manoel Vitorino – BA e morreu em 25/01/1966 na mesma localidade.

O amor pela terra é notório e é seguido pelo fazendeiro Osvaldo Álvares Meira (Vadinho Meira), nascido em 24/11/1908 na Fazenda Pedras, localizada no município de Manoel Vitorino – BA e morreu em 15/09/2005 em Jequié – BA. Deixou viúva Adélia Alves Meira nascida no distrito de Curralinho – Livramento de Nossa Senhora – BA.

De uma geração que fez parte da história de Jequié, nasceu João Gondim Meira, em novembro de 1909, no Baixão distrito de Jequié – BA, onde foi escrivão durante 46 anos. Casou-se com Sabina Micheli Meira. Em 1948 veio para a sede do município onde viveu até o ano de 1977.

Integrantes da família Meira, citados no livro A Nova História de Jequié, escrito por Emerson Pinto de Araújo e lançado em junho de 2006.

Por volta de 1860, chega de Serra Talhada, município de Poções – BA, o maior criador de bovino da região, o Coronel Martiniano de Souza Meira. Por volta de 1890 chegou em Jequié Tibério Meira, que em 29 de abril de 1894 esteve presente e assinou a ata de posse da primeira Junta Distrital de Jequié. Em 1897, o núcleo de comerciante correspondia a 36 registros, entre eles na Praça do Comércio (Luiz Viana) N. Meira Castro. Em 12 de novembro de 1900 outro integrante da família é citado: Tibério Meira Sobrinho. Em 1903, foi fundada a filarmônica “A Lira” cujo presidente foi Tibério Meira. Em 26 de outubro de 1911, quando da morte de José Marques da Silva, é citado o nome do fazendeiro Cândido Meira.

Pela grandeza desta família da qual faço parte, se fôssemos mencionar todos seus membros não caberia nas páginas que formam esta revista. Que todos os Meiras sintam-se representados pelos nossos parentes aqui lembrados.

Nesse Vídeo o Historiador Gleuber Ferreira Santos conta um pouco dessa História tão interessante.

O Drama da Família Cauaçu e sua passagem em Volta dos Meiras {Catingal}

Por Portal Catingal / 7 de agosto de 2015 às 10:02


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Anésia Meira Sertão, nascida em Boa Nova, BA, em 03/01/1922 (filha de Alfredo Meira Sertão e Elisia de Sá Meira) e Deoclides de Souza Meira, nascido em Boa Nova, BA, em 22/01/1903 (filho de Ambrosio de Souza Meira e Arcina de Souza Meira). Casaram-se em Catingal em 26/11/1944. Ele foi casado em primeiras núpcias com Etelvina Meira Sertão.
 
A data acima não se referem à cangaceira Anésia Cauaçu, e sim ao casal Anésia Meira Sertão e Deoclides de Sousa Meira.
Anésia Adelaide Cauaçu, foi uma cangaceira brasileira que viveu na região de Jequié, interior da Bahia, no início do séc. XX.
 
Inicialmente, Anésia era uma dona de casa dedicada ao marido e a filha, mas abandonou essa vida para ingressar no cangaço, juntando-se aos seus tios e e irmãos que formavam o temido e afamado bando dos Cauaçus.
 
Carismática e extremamente bonita, Anésia era o membro mais célebre desse bando pois, além de ter conhecimento de táticas de guerrilha e ter uma mira infalível, ela também jogava capoeira. Um de seus grandes feitos foi de arrancar, com um tiro certeiro, o dedo de um delegado que indicava aos policiais onde deveriam se posicionar, durante um tiroteio no centro de Jequié, a uma distância considerável.
 
Em 1916, Anésia abandonou o cangaço e foi viver com sua família sob proteção de um fazendeiro que devia favores aos Cauaçus mas, traída pelo mesmo, foi entregue a polícia e nunca mais se teve notícias dela.
 
O escritor Ivan Estevam Ferreira, no seu livro “A Pedra do Curral Novo”,sugere que Anésia pode ter falecido em Jequié e a identifica com uma anciã que morreu no ano de 1987 com 93 anos, que vivia sob os cuidados de pessoas caridosas.

O drama da Família Cauaçu; que lutaram de 1906 até 1920. Com os Chefes de Jagunços, que eram: Major Zezinho dos Laços, Coronel Cassiano, Irmão de Zezinho e o Coronel Marcionílio, amigo de ambos. Os três eram ricos e poderosos e tinha muitos Jagunços pistoleiros; Família Cauaçu eram de Gente Pobres, lavradores, criadores de pequenos rebanhos de cabras, ovelhas e porcos e plantavam roças de milho e mandioca abobra melancia e outras lavouras da caatinga no Sertão da Bahia, isto era no Município de Boa Nova perto do Rio de Contas, na fazenda Fedegoso, era lá que moravam os dois irmãos dono da fazenda. Constantino Cauaçu e Rufino Cauaçu. Constantino tinha dois filhos Augusto Cauaçu Marcelino Cauaçu e Rufino tinha Cinco filhos: José Cauaçu, Olímpio Cauaçu, Antônio Cauaçu, Durvigem Cauaçu e Terto Cauaçu; e tinha umas moças que eu não me lembro; nesta época eu ainda era bem pequeno, só sei que a mais velha chamava Anésia, mulher de naquele tempo Augusto Cauaçu foi ser empregado do Major Zezinho e sendo empregado era preciso ser pistoleiro também.
25 de julho de 1976
Um dia, quando jagunços e populares bebiam numa venda da localidade. Próximo dali, vinha um jagunço do Major Zezinho montado em uma mula, quando repentinamente surgiu uma porca que ao atravessar a rua, foi atropelada pelo seu animal. A porca morreu e, por estar na hora de dar cria, os filhotes tiveram o mesmo fim. O fato causou um grande desentendimento entre o dono da porca, o qual pertencia à família dos “cauaçus” e queria receber a indenização pela perda do suíno, e o jagunço, que não aceitou os argumentos apresentados. Depois de muita conversa e interferência dos amigos das partes, os ânimos foram acalmados, mas ficaram as promessas de vingança.
Na extrema esquerda está Zezinho dos Laços e na extrema direita, Lucas Nogueira. Entre eles, a família Nogueira. Foto tirada em 1909.
No outro dia, quando o jagunço de Zezinho foi pegar a mula no mangueiro, encontrou-a morta. Sinais de perfuração de bala foram verificados na região da cabeça. O jagunço não fez nenhum comentário, apenas retirou as quatro ferraduras da mula e colocou na capanga. Três dias após o ocorrido, Augusto Cauaçu foi encontrado morto com as quatro ferraduras no pescoço.
 
A partir deste dia começou a desavença, pois o jagunço que matou Augusto Cauaçu, disse que o mandante do crime teria sido Major Zezinho, mesmo ele tendo afirmado não ter participação no assassinato. Declarações da família dos “cauaçus”, isto é, os Cinco primos e o irmão de Augusto, que vingaria a morte do seu familiar e o alvo era o suposto mandante, José Marque da Silva, o Zezinho dos Laços.
 
Os bandos dos Cauaçus eram formados por seis homens: O Irmão de Augusto; Marcelino Cauaçu e seus primos: José Cauaçu, Olímpio Cauaçu, Antônio Cauaçu, Durvigem Cauaçu e Terto Cauaçu. Todos unidos e destinados, se armaram com boas armas e muita munição.
 
O Major Zezinho dos Laços morava em Porto Alegre, as margens do Rio de Contas, dali o Major Zezinho comandava seus jagunços, naquela Caatinga seca de pedregulhos.
 
Não acreditando e não temendo as ameaças, Zezinho dos Laços viajou para Volta dos Meiras (atualmente Catingal), em companhia de Lucas e de um dos seus capangas, para resolver assuntos pessoais.
 
Os Cauaçus ficaram sabendo da viagem de Zezinho para Volta dos Meiras e armaram uma emboscada na Fazenda Rochedo, ali o Major Zezinho tinha de passar para voltar a Porto Alegre.
 
Em Volta dos Meiras, (Hoje Catingal), morava o Coronel Martiniano Meira, homem muito rico e sábio, respeitado por todos, um homem da paz; Ele tinha o apelido de Nonô e assim era conhecido, Coronel Nonô.
 
O Major Zezinho dos Laços, estando em Catingal, antiga Volta dos Meiras, passou na casa do Coronel Nonô e o Coronel Nonô que já sabia de tudo, avisou ao Major Zizinho dos Laços, que, os vaqueiros dele tinham visto uns homens armados, que parecia os Cauaçus, próximo da fazenda Rochedo, que era a Fazenda do Sr. Candido Meira. Os vaqueiros vinham tocando gado quando viram aqueles homens armados, próximo a um riacho, entrando no mato; e fingiram que não estava vendo nada, para que os homens não desconfiassem. Chegando na casa do patrão contaram o que tinha visto ao Coronel.
 
O Coronel disse: eu estou lhe avisando Major, e o Major respondeu: “Eu não tenho medo, Moleque não mata homem”. O Major Zezinho dos Laços ia junto com seu cunhado, Major Lucas, e mais três capangas de sua confiança, todos bem armados e montados em bons burros, viajaram já o sol quase se pondo. O Major e seus companheiros eram homens fortes e muito valentes, eles não tiveram medo daquela notícia e viajaram. De Volta dos Meiras à Porto Alegre dista aproximadamente 20 Km ou 3 Léguas, como costumavam dizer; A Fazenda Rochedo era quase o meio do caminho, eles só iam chegar a Porto Alegre a noite.
 
Quando eles iam atravessando o riacho os Cauaçus gritaram, fogo! E os capangas do Major Zezinho dos Laços também gritaram, fogo! E o tiroteio começou. O Major Zezinho foi alvejado com um tiro no peito e o burro que ele ia montado saiu marchando pela estrada até chegar na casa da Fazenda Rochedo, propriedade do Sr. Candido Meira, por que o Major já tinha costume de parar ali; o Major segurou na cabeça da sela já quase sem vida; enquanto isso, os capangas trocavam tiros com os Cauaçus. O Major Lucas saiu correndo a pé pelo mato pois sua mula foi baleada e caiu logo, o tiroteio durou pouco pois os Cauaçus correram; o Major Zezinho dos Laços foi tirado do burro pelos donos da casa, o Sr. Candido e seu filho, Enpidio, porém, o Major não resistiu e Morreu.
 
Candido Meira mandou Elpídio Alves a Porto Alegre avisar os parentes. Ficaram na fazenda velando Zezinho dos Laços: Cândido Alves, sua esposa Joana Alves Meira e suas filhas Florinda Meira, Leonilha Meira. Rita Meira e Ana Meira. No dia seguinte, Zezinho dos Laços foi levado e sepultado em Porto Alegre.
 
Imediatamente depois da sua morte e enterro; com apoio da polícia e ajuda de Marcionílio Antônio de Souza, influente chefe político em Maracás, Cassiano Marques da Silva e seus sobrinhos Rodolfino Marques da Silva e Randulfo Marques da Silva passaram a perseguir o mandante e todos os envolvidos no assassinato de Zezinho dos Laços.
 
Depois de várias investigações feitas em fazendas, eles foram informados de que havia passado uma família com destino a Bom Jesus da Lapa. Na região próxima ao destino da família, foi montada uma emboscada pelos dois jagunços de Zezinho dos Laços, que conheciam bastante Marcelino Cauaçu. No tiroteio Marcelino, irmão de Augusto Cauaçu foi alvejado por vários tiros que somente a ele atingiram. Agora só restaram os cinco irmãos, os primos de Augusto e Marcelino Cauaçu.
 
Depois disso, os cinco irmãos se emprenharam numa serra e sumiram foram parar nas matas do Sul da Bahia. Muitos acharam que tal vez tivesse sido baleados e tivesse morrido no mato. Naquele tempo não exista estrada, nem carro, a condução era burro ou cavalo ou então no chinelo de dedo mesmo. O Sul da Bahia era como se fosse um outro país. Os Cauaçus ficaram por lá uns 7 anos sem que ninguém soubesse do seu paradeiro.
 
Os filhos do Major Zezinho dos Laços não eram homens inclinados a vingança, eram uns moços educados e não quiseram seguir o caminho de seu pai, acabaram deixando essa luta de lado, o Coronel Cassiano também já estava velho e não quis mais seguir adiante com essa luta; e nessas idas e voltas o tempo passou e os Irmãos Cauaçus começaram a aparecer.
O povo começou a dizer: “Os Cauaçus estão de volta, e agora parecem estarem protegidos e muito mais fortes” Os primeiros apareceram em Jequié, depois em Maracás e Boa Nova. Era época de política e os Cauaçus aproveitaram para aparecerem e fazer grande movimento naqueles três municípios; Jequié, Maracás e Boa Nova.
 
Na cidade de Maracás estava uma política muito forte, O Coronel Marcionílio era de um partido e o Coronel Teotônio Alves era de outro. O Coronel Marcionílio era cunhado do Coronel Teotônio Alves, eles não eram inimigos, mas também não gostavam um do outro. O Coronel Marcionílio era muito rico e poderoso, ele possuía muitas fazendas, tinha muitos jagunços a seu serviço e era amigo do governador da Bahia.
 
O Coronel Teotônio Alves, não era um homem pobre, mas comparado ao Coronel Marcionílio, ele não tinha quase nada.
 
Teotônio Alves tinha 11 filhos, 3 rapazes e 8 moças, todos muito educados e bonitos. As moças eram simpáticas gostavam de conversar e da mesma forma os rapazes, o mais velho se chamava Francisco e era chamado Chiquinho. Um dia, em plena campanha política, Chiquinho, filho do Coronel Teotônio, estava em um bar e chegou ali um jagunço do Coronel Marcionílio, o jagunço tomou uma pinga e ofereceu para Chiquinho, porém Chiquinho respondeu: Eu não bebo pinga de bandido. O cara puxou o revolver e atirou em Chiquinho, a polícia prendeu o jagunço.
 
Chiquinho foi levado ao hospital, o médico tirou a bala e Chiquinho sobreviveu. O Coronel Marcionílio mandou a polícia soltar o jagunço; o que pareceu ao Coronel Teotônio uma grande afronta e tratou de tomar providências para se vingar do Coronel Marcionílio.
 
O Coronel Teotônio mandou chamar José Cauaçu; mandou que José viesse com urgência que ele tinha um negócio importante para José, José Cauaçu não demorou; e combinaram entre eles de matar o Coronel Marcionílio. Os Cauaçus já a muito tempo não gostavam do Coronel Marcionílio, pois o Coronel era um de seus perseguidores.
 
Nessa época, José Cauaçu já tinha sua turma, os quatro irmãos e mais uns vinte capangas. Os Cauaçus começaram a estudar meios para armar uma emboscada para matar o Coronel Marcionílio, mas para a surpresa dos Cauaçus, o Coronel viajou para Salvador, Capital Baiana, e como ele era amigo do Governador, pediu uma força policial para ajudá-lo a perseguir os Cauaçus. O Governador cedeu duzentas praças comandado por um coronel da Polícia Militar e com este Coronel vieram outros Oficiais como: Tenentes, Sargentos e cabos que, marcharam e desembarcaram na cidade de Jequié.
E foram divididos todo exército em grupos para os lugares em que os Cauaçus costumavam habitar. A polícia fechou o cerco em cima dos Cauaçu, que antes procuravam matar o Coronel Marcionílio e tiveram que fugir rapidamente e então eles fugiram para Volta dos Meiras, porém, não ficaram no Arraial, foram acampar na Fazenda do Sr. Mário Meira, Fazenda Larga Nova, lugar de muitas pastagens e de muito gado, não só do fazendeiro, mas também dos vizinhos que entravam na Fazenda e ficavam por lá.
 
Os Cauaçus começaram a matar o gado e não queria nem saber quem era o dono, quem ficavam no prejuízo eram os fazendeiros, as Fazendas eram escondidas numa brenha de mata fechada sem estrada, que só ia lá quem tinha negócio.
 
A polícia ficou sabendo que os Cauaçus estavam em Volta dos Meiras, e foram atrás dos Cauaçus. Volta dos Meiras ficava 2 léguas de distância da Fazenda que os Cauaçus estavam; mas os policiais chegaram em Volta dos Meiras tudo estropiados pois a caminhada por caminhos de difícil acesso não era tarefa fácil, não havia transporte e a tropa chegou em Volta dos Meiras a pé.
 
O Comandante era o Tenente Simão, que escolheu 30 homens da polícia, dos que ainda se encontravam mais fortes e mandou no comando do Sargento Etelvino, homem forte e de muita coragem, para verificar se os homens ainda estavam na Fazenda Larga Nova.
 
Naquela época eu tinha uns 11 anos de idade, e a nossa Fazenda era bem perto da Fazenda Larga Nova. Eu e meus irmãos acordavam sedo para tirar o leite e naquele dia eu acordei mais sedo ainda, quando abrir a porta tomei um baita susto, a casa estava cercada pela polícia perguntando; onde estavam os Cauaçus. Eu corri para dentro de casa, morrendo de medo e chamei meu pai, tínhamos tanto medo que quase não conseguíamos falar. Meu pai foi lá e conversou com o Sargento, eles pensaram que era em nossa Fazenda que os Cauaçus estavam escondidos, pediram desculpas e pediu para que um de meus irmãos ir com eles até perto da Fazenda que os Cauaçus estavam e quando tivesse perto, eles mandariam de volta. Meu pai permitiu e assim o fizeram, quando se aproximaram da Fazenda Larga Nova, eles mandaram o rapaz voltar; Os Cauaçus naquele dia estava matando um boi, eles só comiam carne assada com farinha de mandioca, era o único alimento que tinham.
 
Quando os Cauaçus viram que a polícia se aproximavam eles se abrigaram na casa e sentaram o tiro na polícia e a polícia também meteu chumbo nos Cauaçus, e trocaram tiros por mais de uma hora. Os policiais se afastaram e os Cauaçus continuaram firmes na Fazenda. Da minha casa eu e meus irmãos escutavam os tiros, pareciam que estavam batendo em uma lata detrás da serra.
 
A tardinha a polícia chegou em nossa casa e pousaram em uma casa desocupada que tínhamos, casa de fazer farinha, ali a gente guardava sacas de feijão e farinha; Os Soldados estavam com muita fome e meu pai deu para eles um taxo de fazer rapadura, um bode e eles mataram o bode e cozinharam o bode com feijão e comeram com farinha.
 
Nesta noite os Cauaçus, que já estavam sem munição, se retiraram da Fazenda e foi para outros lugares mais escondidos, mas, a polícia não desistiu e continuaram a perseguição.
 
Os Cauaçus se esconderam na Fazenda Boa Vista, do Coronel Teotônio, que se encontrava desocupada e rapidamente conseguiram mais munição. Ali ficaram muitos dias sem ninguém saber notícias deles.
 
Um dia a polícia, que andava sempre procurando, passou naquela Fazenda e encontrou a turma toda de frente. O Sargento Etelvino com seus 30 homens armados travou um violento tiroteio com a turma dos Cauaçus, que eram também mais de 20 homens, todos armados com repetição, a famosa espingarda de 12 tiros.
 
No tiroteio a polícia acertou o José Cauaçu, Chefe do bando, os Cauaçus fugiram levando José nas costas, eles foram por dentro do mato e a polícia se recuou, porque temiam entrar no mato e os Cauaçus, que, conheciam bem o mato armarem uma emboscada e matar muitos policiais.
 
Naquele mesmo dia o Chefe dos Cauaçus faleceu e foi enterrado por seus irmãos em cima da serra que eles estavam escondidos. Essa sepultura foi procurada depois, mas nunca foi encontrada por ninguém. A polícia continuava à procura dos Cauaçus, um dia depois de enterrar o José Cauaçu, seus irmãos passaram em nossa casa; um grupo de homens sujos, rasgados e famintos pedindo comida; meu pai deu carne, requeijão, farinha e rapadura; eles pediram que não falássemos nada sobre eles para a polícia, no meio deles tinha um que estava baleado no braço e meu pai deu remédio para ele e foram embora.
 
No outro dia a polícia chegou também lá em casa, a procura dos Cauaçus, porém, não nos contaram o que tinha acontecido. Contamos para eles que os Cauaçus haviam passado lá em casa e estavam com fome, e nós damos comida para eles; contamos também para a polícias que eles nos disseram que, o José Cauaçu tinha morrido no tiroteio na Fazenda Boa Vista.
 
Os Cauaçus, agora já derrotados, pois o seu chefe havia morrido, tomaram os matos do Sul da Bahia e a polícia continuava a perseguição. Nesta feita ficaram mais de 2 anos sem ninguém ouvir falar dos Cauaçus.
 
Depois de 2 anos sumidos os Cauaçus voltaram a mostrar as caras. Apareceu o Terto, depois o Olímpio e foram juntando os outros dois irmãos; juntaram muitos jagunços, todos bem armados e retornaram do Sul da Bahia e tomaram conta do Arraial de Volta dos Meiras (Hoje Catingal), a cidade de Jequié distava de Volta dos Meiras 80 Km, isso para quem andava a pé era muito longe, e os Cauaçus passaram a mandar em tudo e em todos no Arraial de Volta dos Meiras.
 
Em Volta dos Meira, os Cauaçus e seus 60 homens de brigas, todos armados, estavam folgados; maravam o gado dos moradores comiam e bebiam e ninguém falava nada. Eles se ajuntaram com a família do Coronel Teotônio, que tinha moças bonitas e o Olímpio, que era o chefe, casou-se com a mais velha, que se chamava Maria Rita. Todo dia tinha festas, eles matavam cabras dos moradores e comiam com sua turma.
 
Um dia eles mandaram recado para meu Pai mandar um capado gordo, e tivemos que mandar; com isso, eles ficaram muito feliz, disseram para nós que se precisássemos deles ou dos homens deles para qualquer coisa era só falar. Outro dia mandaram pedir um boi gordo e meu pai mandou o boi, nosso vaqueiro levou o boi e eles ficaram muito satisfeitos.
 
E assim a gente ia levando eles e quando eles chegavam em nossa casa, nós não tínhamos medo deles, e eles nos respeitavam e nos consideravam de mais.
 
O agrado do meu pai fazia os Cauaçus ficarem mansos; naquela época muitos fazendeiros abandonaram suas fazendas e foram morar em suas casas da cidade, por medo dos Cauaçus; porém, nós, que não tínhamos casa na cidade tivemos que permanecemos firmes em nossa Fazenda e tratar de agradar a todos, tanto a polícia, quanto os Cauaçus.
 
Mas um dia eles estavam fazendo uma grande festa em Volta dos Meiras; comendo, bebendo e farreando à vontade. Então apareceu uma turma de polícia, juntos com os jagunços do Coronel Marcionílio e sentaram o chumbo na turma dos Cauaçus e os Cauaçus também meteram chumbo na polícia e o tiroteio durou mais de uma hora.
 
Não morreu ninguém no tiroteio, pois a polícia atirava de longe, pois temiam medo da mira dos Cauaçus, assim eles davam fuga para a turma se retirar. Na verdade, a polícia só veio para fazer os Cauaçus desocupar o Arraial de Volta dos Meiras.
 
Depois disso, os Cauaçus desapareceram do Arraial e ninguém mais soube notícias de sua turma. Em viagem a Bom Jesus da Lapa eu encontrei com Maria Rita, ela estava vestida de preto e nos contou que seu marido, o Olímpio Cauaçu tinha desaparecido.
 
A família do Coronel Teotônio procurou as cidades e desapareceu, e nunca mais se ouviu falar dessa gente.
 
História contada por Deoclides de Souza Meira em 1976
Digitação e Diagramação para Internet: Levy Barros

Fotografia antiga mostra história de Jequié na Bahia

Por Portal Catingal / 17 de julho de 2015 às 00:58


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Uma fotografia antiga que está sendo divulgada nas redes sociais de Jequié, tem chamado a atenção de vários internautas. Ela retrata uma achado muito importante para a história da terrinha. Trata se de uma foto na região da Igreja matriz, onde mostra fatos desconhecido da sociedade contemporânea. A fotografia registra o inicio da construção da escadaria da atual Catedral de Santo Antonio, provavelmente datado depois da enchente de 1914, quando a antiga igreja localizada na Praça Luiz Viana foi destruída pela força das águas do Rio das Contas, sendo necessária a construção da referencia religiosa em um local. Na época uma lugar alto e mais seguro.
A imagem mostra o prédio da família Grillo, que desabou na década de 1980, bem como, a existência de um cemitério situado nas imediações da atual Avenida Rio Branco,  localizado no antigo Cine Jequié, hoje, Varejão das Fábricas. Outra coisa que chama atenção são as montanhas que mostra sua exuberância. Portanto, se contabilizar da enchente de 1914 até hoje teremos 101 anos da data desta fotografia. (Zenilton Meira)

A emocionante História dos Rabudos e Cauaçus na Região de Catingal

Por Portal Catingal / 13 de julho de 2015 às 22:41


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Charles Meira, bisneto de Zezinho dos Laços no local da emboscada

 

Por Charles Meira
Versão de Osmar Marques da Silva e Laura Angélica da Silva, netos de José Marques da Silva (Zezinho dos Laços), para os fatos que aconteceram antes e depois da sua morte.
No ano de 1911, os “rabudos” (nome dado aos seguidores da família de José Marques da Silva) e os “cauaçus” (nome dado aos seguidores de José Cauaçu), viviam em harmonia, mesmo sendo adversários políticos, no arraial de Porto Alegre, situado a 66 Km de Maracás.
         A paz entre as famílias durou até um determinado dia, quando jagunços e populares bebiam numa venda da localidade. Próximo dali, vinha um jagunço de Zezinho dos Laços montado em uma mula, quando repentinamente surgiu uma porca que ao atravessar a rua, foi atropelada pelo seu animal. A porca morreu e, por estar na hora de dar cria, os filhotes tiveram o mesmo fim. O fato causou um grande desentendimento entre o dono da porca, o qual pertencia à família dos “cauaçus” e queria receber a indenização pela perda do suíno, e o jagunço, que não aceitou os argumentos apresentados. Depois de muita conversa e interferência dos amigos  das  partes, os  ânimos   foram  acalmados, mas ficaram as promessas de vingança.
         No outro dia, quando o jagunço de Zezinho dos Laços foi pegar a mula no mangueiro, encontrou-a morta. Sinais de perfuração de bala foram verificados na região da cabeça. O jagunço não fez nenhum comentário, apenas retirou as quatro ferraduras da mula e colocou na capanga. Três dias após o ocorrido, o proprietário da porca foi encontrado morto com as quatro ferraduras no pescoço.
          A partir deste dia começou a desavença entre os “rabudos” e os “cauaçus”, devido a estes entenderem que o mandante do crime teria sido Zezinho dos Laços, mesmo ele tendo afirmado não ter participação no assassinato.  Declarações da família dos “cauaçus” eram de que vingaria a morte do seu familiar e o alvo era o suposto mandante, José Marque da Silva.
          Não acreditando e não temendo as ameaças, Zezinho dos Laços viajou para Volta dos Meiras (atualmente Catingal), em companhia de Lucas e de um dos seus capangas, para resolver assuntos pessoais. Em Volta dos Meiras, ele foi avisado pelo seu compadre Dozinho de que seria emboscado. Zezinho dos Laços respondeu que “moleque não mata homem”.
No mesmo dia, quando retornavam para Porto Alegre, por volta de 5h da tarde, próximo da fazenda “Rochedo”, de propriedade de Cândido Alves, depois de atravessar em um riacho ali existente e subir uma ladeira, aconteceu a emboscada.
Os  tiros disparados foram direcionados unicamente para Zezinho dos Laços. O Chefe dos “rabudos” foi alvejado com vários tiros de repetição 44 papo amarelo, e o seu animal assustado, bateu em retirada. Não houve reação da parte dos amigos de Zezinho dos Laços, pois eles não acreditavam que seriam emboscados, e em conseqüência disso as suas armas estavam nos arreios das mulas. A alternativa deles naquele momento foi fugir para Catingal. Zezinho dos Laços foi socorrido por Cândido Alves e seu filho Elpídio, que ficaram sabendo do ocorrido porque a mula preta de Zezinho dos Laços foi parar na fazenda “Rochedo” sem o seu dono.
Os autores dos disparos perseguiram os amigos de Zezinho dos Laços até a fazenda “Rochedo” e montaram um cerco no local. Somente foram embora depois da meia-noite, quando ouviram o santo ofício entoado pelos familiares que anunciava a morte de José Marques da Silva. Depois de se certificarem de que os jagunços haviam saído, Elpídio Alves foi a Porto Alegre avisar aos parentes. Ficaram na fazenda velando Zezinho dos Laços: Cândido Alves,  sua esposa Joana Alves Meira e suas  filhas Florinda Meira, Leonilha Meira. Rita Meira e Ana Meira. No dia seguinte, Zezinho dos Laços foi levado e sepultado em Porto Alegre.
         Imediatamente depois da sua morte e enterro,  começaram as investidas dos “rabudos” para vingarem Zezinho dos Laços. Com apoio da polícia e ajuda de Marcionílio Antônio de Souza, influente chefe político em Maracás, Cassiano Marques da Silva e seus sobrinhos Rodolfino Marques da Silva e Randulfo Marques da Silva passaram a perseguir o mandante e todos os envolvidos no assassinato.
Dias depois foi morto nos arredores de Porto Alegre na fazenda “Fedegoso” onde estava escondido, Manoel Cauaçu, que no momento do cerco dos “rabudos” e policiais estava saindo da casa com um jornal, quando foi surpreendido com os disparos feitos pelos adversários.
         O seu irmão José Cauaçu, o mandante do crime, não foi encontrado, porque tinha fugido com seus familiares. Tomando conhecimento da fuga, Cassiano e sobrinhos, designaram dois jagunços com a missão de matar o chefe dos “cauaçus” e trazer a prova do crime.
          Depois de várias investigações feitas em fazendas, eles foram informados de que havia passado uma família com destino a Bom Jesus da Lapa. Na região próximo ao destino da família, foi montada uma emboscada pelos dois jagunços de Zezinho dos Laços, que conheciam bastante José Cauaçu. No final da caravana vinha o chefe dos “çauaçus” e no cabeçote da sela sua filha caçula. No tiroteio ele foi alvejado por vários tiros que somente a ele atingiram, nada acontecendo a sua filha. Como prova do assassinato, os jagunços deceparam as duas orelhas de José Cauaçu para entregar aos familiares de Zezinho dos Laços.
          Não satisfeitos com a morte de José Cauaçu e seu irmão, os familiares de Zezinho dos Laços passaram a perseguir todos os envolvidos na morte do seu chefe. Muitos jagunços dos “cauaçus” e familiares foram mortos e outros levados presos para Boa Nova.
             É importante salientar que da família dos “rabudos”, apenas morreu Zezinho dos Laços.
         Outro detalhe importante, contado por Osmar Marques da Silva, neto de Zezinho dos Laços, ocorreu no ano de 1939, quando depois do casamento de Laura Angélica da Silva sua irmã em Caldeirão de Miranda, ele e seu pai foram levá-la a Itagi e ali sua irmã sentiu-se mal e foi socorrida por uma pessoa que mais tarde seu pai, Randulfo Marques da Silva, filho de Zezinho dos Laços, lhe apresentou como sendo a filha de José Cauaçu, aquela mesma que estava no cabeçote da  sela do animal no dia em que ele foi morto. A idade dela na época era de aproximadamente 25 anos.
* Texto editado na Revista Cotoxó de agosto de 2013.

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