Coordenador de Polícia diz que onda de crimes teve relação com a disputa pelo tráfico de drogas


A sucessão de crimes ocorridos em Jequié, desde quinta-feira (27/8), até o domingo (30), de acordo com o diretor da 9ª Coordenadoria Regional de Policia do Interior (Coorpin), delegado Fabiano Aurich, está relacionada com as disputas pelo tráfico de drogas na cidade. A suspeita levantada pela polícia é de que a prisão em São Paulo,  do traficante Sandro Queiróz Santos, o Real, em julho deste ano, tenha impulsionado os conflitos. Apontado como um dos líderes do tráfico em Jequié, Real foi mandado para o presidio de segurança máxima de Serrinha, de onde não tem como comandar o tráfico. “Por isso, já esperávamos que houvesse uma disputa pelas bocas”, contou o coordenador. Sete dos noves mortos estavam envolvidos com o tráfico de drogas, de acordo com as investigações. Duas outras vítimas estão sendo investigadas. Por conta da insegurança, o policiamento foi reforçado na cidade por equipes das Polícias Civil e Militar, com apoio da Polícia Federal. Não existe prazo para elas deixarem a cidade.
Policiamento foi reforçado com policiais da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT-Sul), Rondesp Sul, Companhia Independente de Policiamento Especializado (CIPE), Sudoeste e Gerais, e do 19ª Batalhão da Polícia Militar (Jequié).
Relato dos crimes
O primeiro crime aconteceu na noite de quinta-feira (27), quando o idoso José Carlos Silva, 60 anos, foi assassinado. Segundo a polícia, ele não tem passagem policial, mas um dos filhos da vítima tem envolvimentos com o tráfico de drogas. A polícia investiga se o idoso foi morto por atuação no tráfico ou se em retaliação pela participação do filho.
Na sexta-feira (28), foram assassinados Samuel Pereira dos Santos, o Juquinha, 22, Alexandre Alves Moura, o Carlon Cigano, 25, e Alessandro Santana Velasques, 24. De acordo com o delegado, Juquinha e Carlon Cigano estariam envolvidos com o tráfico de drogas. A morte de Alessandro, no entanto, pode ter sido uma retaliação. “Ele tem passagem por posse de drogas e desacato, mas as nossas investigações apontam que Alessandro estava trabalhando e era um rapaz direito. O irmão dele, Alexandro Velasques, conhecido como Num, é quem tem envolvimento com o tráfico de drogas”, afirmou Aurich. A polícia está investigando se Alessandro foi confundido com o irmão ou se os assassinos sabiam que ele não era Alexandro, mas mesmo assim o mataram para poder se vingar do traficante.
No sábado (29), foi assassinado Eduardo Santos Souza, 24. Segundo a polícia, ele tinha passagens por tráfico de drogas em Jequié e Ipiaú, além de agressão a mulher em Feira de Santana. No mesmo dia foi morto Alessandro Vieira Santana, o Pé no Saco, 27. “A informação que temos é de que ele comprava drogas nas mãos dos traficantes e não pagava. Já estava fazendo isso há algum tempo e por isso estava com a cabeça a prêmio”, contou o delegado.
Ainda no sábado foi morto Mikael Oliveira Ferreira, 17 anos, o “Neguinho”.  Ele era apontado como um dos autores da morte de Carlon Cigano, no dia anterior.
No domingo (30), foram assassinados Ivanildo Oliveira Soledade, o Nego ou Sinho, 35 – Ele tem cinco passagens por tráfico de drogas em Jequié – e Beatriz Cavalcante dos Santos, 19 anos. De acordo com a polícia, ela estava envolvida com o tráfico de drogas e havia ameaçado traficantes rivais nos últimos dias. “Alguns bandidos estavam circulando na área que ela considerava dela. Ela ameaçou eles de morte”, afirmou o delegado. Repórter Tatu.

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