Gravidez prolonga ação de vírus da zika, diz estudo com primatas


mosquito-zika-800Um estudo publicado nesta terça-feira (27) na revista “Nature Communications” demonstrou que uma infecção pelo vírus da zika é prolongada caso ocorra durante a gravidez. A pesquisa também concluiu que os macacos rhesus são suscetíveis à infecção pelo vírus da zika e que, portanto, podem ser usados como modelo para estudo da doença e para a realização de testes para possíveis tratamentos e vacinas. Os pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, constatou que o vírus persistiu no sangue das macacas gestantes por um período de 30 a 70 dias, os animais não gestantes já estavam livres do vírus 10 dias após a infecção. Uma possível explicação para a persistência é que o sistema imunológico de mães fica naturalmente comprometido e simplesmente não é capaz de eliminar a doença mais rápido. Outra possibilidade é que o vírus detectado na corrente sanguínea da mãe é na verdade indicativo da infecção do feto. E que é a infecção no feto que seria mais prolongada do que a infecção da mãe. Os cientistas, liderados pelo professor de patologia David O’Connor, utilizaram os primatas como modelo para o estudo das infecções do vírus. Roedores com a imunidade comprometida já haviam sido infectados experimentalmente mas eles não possuem características consideradas chave para simular a infecção humana e o desenvolvimento fetal. Para realizar o estudo, oito macacos rhesus foram infetados com o vírus da zika, com detecção do material genético viral no sangue, saliva, urina e medula. Entre os animais gestantes, o tempo médio de infecção foi de 57 dias. Já entre os não-gestantes, o tempo médio de infecção foi de 21 dias. Os pesquisadores também descobriram que os macacos que já haviam sido infectados resistiram a uma nova infecção 10 semanas mais tarde. Os pesquisadores avaliaram os anticorpos no 21º dia e a nova inoculação do vírus não gerou uma reinfecção, o que sugere uma resposta natural de proteção ao vírus. “Temos uma boa notícia para a maior parte das pessoas: se você não está grávida e não tem risco de ficar grávida, provavelmente você não precisa se preocupar com o vírus da zika”, diz O’Connor. “Mas minha preocupação com o vírus da zika durante a gravidez é agora maior do que era há seis meses”, finalizou o pesquisador.

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