Haddad tenta atrair evangélicos abrindo mão de aborto e legalização das drogas


Foto: Divulgação

Assim como fez Dilma Rousseff na campanha de 2010, Fernando Haddad, candidato do PT este ano, está disposto a abrir mão de propostas de governo para tentar atrair o voto dos evangélicos.

Segundo o jornal O Globo, o ex-prefeito de São Paulo irá apresentar nesta quarta-feira (17) uma “carta de compromissos” durante uma reunião com pastores. Ele assumirá o compromisso de não enviar ao Congresso nenhum projeto para legalização do aborto. Embora pessoalmente diga ser contra, sua vice Manuela D’Ávila (PCdoB) é uma ardente defensora da pauta, o que gera desconfiança de parte dos eleitores.

Também abrirá mão de propor a legalização das drogas, pauta também defendida por Manuela. Em entrevista recente, a vice disse que pretende continuar defendendo as legalizações do aborto e das drogas e que não deixará de lado esses temas.

A situação lembra o que ocorreu com Dilma, que teve apoio de diversos pastores durante a campanha, mas acabou rompendo com eles quando não manteve a promessa e tentou, por outras vias, descriminalizar a interrupção da gravidez.

Mudança de estratégia
A aceitação de Haddad entre os evangélicos é muito mais baixa que a de Jair Bolsonaro (PSL). Segundo o Ibope, o capitão reformado tem cerca de 74% dos votos nesse segmento.

Nos últimos dias, a campanha de Haddad tem pedido a exclusão de matérias que o liguem ao “kit gay”, proposta do Ministério da Educação em 2011. O material foi elaborado, mas não chegou às escolas porque foi vetado pela Presidência após forte pressão da bancada evangélica.

Bolsonaro vinha lembrando nas rede sociais que Haddad era o titular da pasta. Agora, o ministro Carlos Horbach, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), determinou a suspensão de links de sites e redes sociais que usem a expressão “kit gay”. O nome oficial do material, composto de vídeos e cartilha, era “Escola sem homofobia”. Sua produção custou 1,8 milhão de reais aos cofres públicos.

Desde o dia 12 de outubro, quando chamou Edir Macedo de “fundamentalista charlatão”, a imagem do candidato petista piorou junto aos evangélicos. A IURD reagiu, acusando o substituto de Lula na corrida presidencial de tentar provocar uma “guerra religiosa” entre católicos e evangélicos.

Ao longo do primeiro turno, uma grande quantidade de pastores importantes declararam apoio ao presidenciável do PSL. Após as declarações de Haddad contra Macedo, 147 representantes de denominações de todo o país assinando uma carta de repúdio.

AVISO: O conteúdo de cada comentário nesta página é de única e exclusiva responsabilidade do autor da mensagem. Dê sua opinião com responsabilidade!