Lentes de contato sem prescrição podem cegar


A
venda de lentes de contato sem receita médica e seu uso por mulheres e
adolescentes, em sua maioria, continua sendo comum, e pode cegar. A
Resolução 1965 do CFM (Conselho Federal de Medicina), que prevê a
prescrição e adaptação de um oftalmologista, não impede o uso
indiscriminado.

 

De
acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio
Queiroz Neto, o uso sem supervisão médica pode colocar a visão em risco.
O problema seria que 15% da população não têm condições de usar lente
de contato. “São pessoas com olho seco ou outras doenças oculares que
podem agravar com o uso de lente” afirma.

A
adaptação depende ainda do ajuste perfeito à curvatura e relevo da
córnea mesmo no caso das cosméticas sem grau. “Cada pessoa tem uma
curvatura na córnea que a lente deve acompanhar. Este ajuste evita o
deslocamento e fricção da lente que provoca úlcera e até perda da
visão”, afirma.

 

No
caso das lentes coloridas, destaca, o risco pode ser ainda maior caso.
Isso porque, a pigmentação diminui a oxigenação da córnea. “O tipo de
material vai determinar o número de horas que a lente pode ser mantida
no olho, Geralmente as coloridas só devem ser usadas por 8 horas
ininterruptas”, destaca.

Sinais de complicações

 

Os principais sinais de alerta elencados por Queiroz Neto para quem usa lente são:

Dor
e visão embaçada – Sinalizam deficiência de oxigenação. Pode ser
necessário ocluir o olho com curativo e substituir a lente por outra de
material que permita maior oxigenação.

 

Visão turva e halos ao redor da luz – Pode indicar olho seco ou deficiência da oxigenação que provoca edema na córnea.

Olho
vermelho – Pode sinalizar uma inflamação da córnea, conjuntivite tóxica
causada por excesso de uso da lente, conjuntivite viral em caso de
secreção aquosa e bacteriana se a secreção for viscosa.

 

Coceira
– Geralmente está associada à conjuntivite alérgica decorrente de
reação aos produtos usados na limpeza das lentes. A alergia também pode
ser decorrente das proteínas produzidas pelos olhos nos casos de má
higienização, do depósito de maquiagem e cremes na superfície do olho,
da umidificação da superfície ocular com água boricada e da limpeza
feita com soro fisiológico. As condutas podem ser troca de lente,
suspensão ou interrupção do uso. Independente do tipo de desconforto, ao
primeiro sinal é necessário consultar um oftalmologista.

Como evitar problemas

 

O
especialista diz que o uso de lentes vencidas ou durante o sono, quando
a produção lacrimal tem uma redução de 50%, aumenta em 10 vezes o risco
de contaminação da córnea. A recomendação é sempre retirar a lente
durante o sono, mesmo quando liberadas para uso noturno. 

Outros
dois erros comuns são; guardar as lentes no banheiro e enxaguar com
soro fisiológico. Isso porque, no banheiro além da umidade no ar que
facilita a proliferação de fungos, o ar contém muitos microorganismos
que contribuem com a contaminação das lentes.

 


o soro fisiológico não contém conservantes; não contém conservante e
depois de aberto se torna um campo fértil para a multiplicação de
bactérias e fungos.

As dicas do médico para evitar problemas no uso de lentes são:
-Lavar cuidadosamente as mãos antes de manipular as lentes.
-Utilizar soluções multiuso tanto na limpeza quanto no enxágüe das lentes e estojo.
– Friccionar as lentes para eliminar completamente os depósitos
– Não usar soro fisiológico ou água na higienização
– Retirar as lentes antes de remover a maquiagem e quando usar spray no cabelo
– Colocar as lentes sempre antes da maquiagem
– Guardar o estojo em ambiente seco e limpo
– Trocar o estojo a cada quatro meses
– Respeitar o prazo de validade das lentes
– Jamais dormir com lentes, mesmo as liberadas para uso noturno.
– Interromper o uso a qualquer desconforto ocular e procurar o oftalmologista
– Não entrar no mar ou piscina usando lentes.
– Retirar as lentes durante viagens aéreas por mais de três horas.

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