LÍDERES DOS PMs GREVISTAS DA BAHIA SE REDEM


Manifestantes começaram a deixar, às 6h25m desta quinta-feira, o prédio
da Assembleia Legislativa da Bahia. Segundo o porta-voz da operação,
tenente-coronel do Exército Márcio Cunha, dois dos dez líderes da greve
com mandado de prisão foram presos logo no início da manhã. O líder do
movimento, ex-soldado Marco Prisco, e Antônio Paulo Angelini foram
levados para uma instalação da polícia do Exército, onde ficarão à
disposição da Justiça. Cunha explicou que a exigência de sair pelos
fundos foi atendida por uma equipe de negociadores da Secretaria de
Segurança da Bahia, e não pelo general Gonçalves Dias, comandante da
operação. Ao todo 245 pessoas deixaram o prédio e passaram por uma
revista. A PF faz uma varredura no edifício.
O criminalista Rogério Andrade, que se apresentou como advogado de
Marco Prisco e de outros líderes dos PMs grevistas que estão com o
mandato de prisão decretado, anunciou por volta de 0h30m desta
quinta-feira que o grupo resolveu se render tão logo tomou conhecimento
da decisão do desembargador baiano José Alfredo Cerqueira da Silva de
negar um segundo habeas corpus ao grupo. Segundo ele, diante da situação
era nítido que o governo não recuaria e que o aumento de tropas na
Assembleia Legislativa da Bahia sitiada indicava um risco iminente de
invasão.
– Permanecer ali era só esperar o momento da invasão – disse o advogado.
Rogério Andrade criticou a forma como o governador da Bahia, Jacques
Wagner, tratou da questão. O advogado disse que a greve poderia ter sido
resolvida internamente sem a presença das tropas federais e afirmou que
a divulgação de escutas telefônicas feitas pela polícia baiana,
revelando que Prisco teria incitado a realização de atos de sabotagem,
não influenciou na decisão de Prisco se render.
Na noite de quarta-feira, o cabo bombeiro Benevenuto Daciolo foi preso
quando chegava no aeroporto do Galeão, no Rio. O bombeiro estava em
Salvador participando das negociações da greve de policiais militares da
Bahia. A prisão preventiva de Daciolo foi pedida pelo coronel Sérgio
Simões, secretário de Defesa Civil do Rio, após conversas do militar,
gravadas pela polícia baiana com autorização judicial, terem mostrados
acertos para a paralisação se estender a outros estados, como Rio e São
Paulo.

AVISO: O conteúdo de cada comentário nesta página é de única e exclusiva responsabilidade do autor da mensagem. Dê sua opinião com responsabilidade!