Lindemberg é condenado a 98 anos pela morte de Eloá


Após quatro dias de julgamento,
Lindemberg Alves Fernandes, acusado de matar a ex-namorada Eloá
Pimentel, em outubro de 2008, após mantê-la refém por mais de 100
horas, em Santo André, foi condenado a 98 anos e 10 meses de prisão em
regime inicialmente fechado. Além disso, ele terá de pagar 1.320
dias-multa. Se não houver o pagamento, a pena total será de 102 anos,
cinco meses e 25 dias de prisão.

A decisão foi tomada por um júri formado por
seis homens e uma mulher que consideraram o réu culpado pelos 12
crimes pelos quais foi julgado. Por volta das 19h40 desta quinta-feira,
a juíza Milena Dias proferiu a sentença.

Lindemberg foi condenado por homicídio
qualificado por motivo torpe pela morte de Eloá, duas tentativas de
homicídio (contra Nayara Rodrigues e o sargento Atos Valeriano), cinco
ocorrências de cárcere privado (contra Eloá, Vitor Lopes, Iago Oliveira
e duas vezes contra Nayara) e quatro disparos de arma de fogo. O réu
não poderá recorrer em liberdade. Contudo, a advogada de defesa Ana
Lúcia Assad informou que pedirá a nulidade absoluta do júri.

“Além de eliminar a vida de uma jovem
de 15 anos e quase matar Nayara e o bravo policial Atos Valeriano,
causou enorme transtorno para a sociedade e para o Estado”, disse a
juíza, que ressaltou a frieza, orgulho e egoísmo do réu, além da
premeditação do crime.

Em coletiva de imprensa, a mãe de
Eloá, Ana Cristina Pimentel, agradeceu à população, à juíza, à
promotora, aos advogados da família Pimentel e da Nayara, aos
assistentes de acusação e a Deus. “Nada vai diminuir a minha dor, mas a
justiça foi feita.”

A mãe de Nayara, Andréa de Lourdes Rodrigues, também se pronunciou. “Não sou eu que tenho que perdoá-lo, É Deus.”

Julgamento – O ponto marcante das cerca de 50 horas de julgamento foi o depoimento do réu
que falou pela primeira vez sobre o crime. Ele confessou que atirou em
Eloá e pediu desculpas para a mãe da vítima, Ana Cristina Pimentel.
“Quero pedir perdão para a mãe dela (Eloá) em público, pois eu entendo a
sua dor.”

A defesa de Lindemberg também chamou a
atenção desde o início do júri. Ana Lúcia Assad ameaçou abandonar o
plenário por diversas vezes e durante uma discussão com a juíza chegou a colocar em dúvida sua credibilidade. “A senhora deve voltar a estudar.”

No total, cinco testemunhas de acusação foram ouvidas: os amigos
da vítima, Nayara Rodrigues, Iago Vilela de Oliveira e Victor Lopes;
Atos Antônio Valeriano, sargento da PM (Polícia Militar), e Ronickson
Pimentel dos Santos, irmão mais velho de Eloá.

Também falaram ao Tribunal sete
testemunhas de defesa: Marcos Cabello, ex-advogado de Lindemberg;
Rodrigo Hidalgo e Márcio Campos, jornalistas da TV
Bandeirantes; Dairse Aparecida Pereira Lopes e Hélio Rodrigues,
peritos criminais; Sérgio Luditza, delegado que registrou o caso;
Adriano Giovanini, negociador do Gate (Grupo de Ações Táticas
Especiais) e Paulo Sérgio Squiavano, tenente da PM.

Everton Douglas Pimentel, irmão caçula de Eloá,  depôs como testemunha de juízo.

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