Rodrigo Maia é jogador distante que pode influenciar nas eleições da Bahia


Foto: Marina Malheiros/ Divulgação

Rodrigo Maia e ACM Neto foram deputados juntos. E, por certa proximidade de idade, faziam parte de uma geração parecida dentro do antigo PFL, antecessor do DEM no cenário político nacional. Hoje presidente da Câmara dos Deputados, Maia tinha a predileção de Neto para chegar ao comando da Casa e incorporar a segunda função mais relevante da República – afinal, desde o impeachment de Dilma Rousseff há uma pessoa a menos na linha sucessória republicana. O democrata ascendeu após a derrocada de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e, desde então, passou a mexer pauzinhos em Brasília com mais desenvoltura. Quando estourou o escândalo das gravações envolvendo o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista, o presidente da Câmara se disse neutro, mas acabou cogitado para chegar ao Palácio do Planalto por eleição indireta. Como a Câmara barrou as denúncias contra Temer, tal hipótese não se concretizou. Porém ampliou consideravelmente o capital político de Maia na capital federal, ao ponto de ser um dos principais avalistas para trocas na Esplanada dos Ministérios, situação exemplificada com a nomeação de Alexandre Baldy para a pasta das Cidades, um dos orçamentos mais cobiçados de Brasília. O deputado federal de Goiás, até então reconhecido como “menino de ouro” do contraventor Carlinhos Cachoeira, foi empossado no Ministério das Cidades sob as bênçãos de Maia. É aí que entra a interferência do presidente da Câmara nas eleições da Bahia. A contrapartida progressista para ganhar uma pasta, que inclusive já fora comandada pelo ex-presidente do PP na Bahia, Mário Negromonte, era filiar Baldy e aproximar o partido do prefeito de Salvador, ACM Neto, nas próximas eleições. A informação, apurada pelo repórter Bruno Luiz do Bahia Notícias, mas reverberada por outros veículos de imprensa, ganha cada vez mais corpo e aliados do governador Rui Costa, a exemplo do ex-governador Jaques Wagner, precisaram entrar em campo para tentar coibir a eventual debandada da legenda do vice-governador João Leão da base. Se Maia realmente tem o prestígio que pregam em Brasília, o apoio dele a ACM Neto pode ser mais decisivo do que se imaginava. E olha que ele nem se tornou presidente da República… Este trecho integra o comentário desta quinta-feira (30) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Irecê Líder FM e Clube FM.

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