Sequestrador morto: como o cristão deve reagir a este fato?


Willian Augusto da Silva. (Foto: Reprodução / TV Globo)

O cristão verdadeiro precisa entender que não pertence a este mundo e que foi liberto do poder do pecado pela obra de Cristo Jesus. Portanto, a base do pensamento daquele que anda no Caminho é que a vida se viabiliza pela verdadee pelo amor. Sem amor, nada somos; o amor folga com a verdade (1Co 13.6).

Pessoas são dignas de amor e compaixão. Quem está no discipulado de Cristo precisa amar gente, pois o alvo da nossa pregação e serviço são as pessoas. IDE! Para onde? Todo mundo. Com qual propósito? Evangelizar e discipular pessoas. Isto é definitivo e decisivo na maneira do cristão regenerado pelo Espírito Santo olhar a vida e as relações.

E por que digo estas coisas para analisar o fato de um sequestrador ter sido abatido pela Polícia Militar do meu Estado, o Rio de Janeiro? Porque, apesar de celebrarmos o livramento da morte dos mais de 30 reféns, não devemos comemorar a morte de um ser humano, em hipótese alguma.

Aqui não entra nenhuma ideologia, mas a humanidade. Quando eu vejo o Estado protegendo o inocente, agradeço a Deus por capacitar estes homens. No entanto, não sou deste mundo. E é por isso que eu tenho de lamentar o fato de que uma vida foi ceifada pelo pecado.

Há evidentemente um mix de sentimentos, pois a Escritura estabeleceu a autoridade constituída (Rm 13) e a cosmovisão que nos faz sempre sentir quando alguém é morto, ainda mais nestas circunstâncias (Ez 18). Se Deus não tem prazer na morte do ímpio, por que eu deveria ter?

Não cabe a nenhum de nós criticarmos a ação do Governo do Estado porque certamente foi legal, uma vez que o sniper atuou na legítima defesa de terceiros. Contudo, o sentimento que deve ficar na alma que não deve ser o de alegria. Alguém morreu sem a vida no evangelho. Como sorrir num momento desses?

As leis existem para serem obedecidas e para preservar a vida humana. Quando alguém transgride a Lei, ainda mais num contexto onde o Estado se mostra mais letal contra a criminalidade, está sim assumindo o risco de morte. Quando qualquer pessoa decide viver em conflito com a Lei, o risco de uma sanção por parte do poder público é definitivamente real.

Do outro lado existe o olhar pessoal do cristão verdadeiro, que deve se preservar para não ser consumido pelo sentimento de vingança. O Estado estabelece justiça, não o indivíduo.

A nós, cabe tão somente buscar não transgredir as leis e orar pelas autoridades públicas. Também nos pertence o dever de não ter prazer na morte do ímpio e se engajar ainda mais na Missão, para que menos pessoas tenham um fim tão triste como este. Maycson Rodrigues

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