Violência em Salvador vira manchete nos principais jornais do país


A greve da Polícia Militar na Bahia ganha projeção nacional e neste sábado foi capa do jornal Folha de São Paulo.

O aumento da violência relacionado à falta de policiamento  foi
destacado nos principais veículos de comunicação do país. Os saques ao
comércio também ocupou as páginas dos jornais.

Da 0h às 6h45, o governo da Bahia confirmou 18 homicídios na região
metropolitana, cinco a mais que os registrados nas 24 horas da
sexta-feira da semana passada.

Entre os mortos está o músico da banda Olodum Denilton Souza Cerqueira,
34, assassinado a tiros quando voltava para casa de moto.

Forças federais foram mobilizadas para patrulhar as ruas, mas o medo
levou o comércio a fechar suas portas em vários pontos da cidade.

Na rua Lima e Silva, uma das principais vias do comércio popular de Salvador, houve saques até durante o dia.

Pelo menos quatro lojas foram arrombadas na madrugada. Às 11h, uma loja
de eletrodomésticos foi invadida por cerca de 50 pessoas.

“Foi uma coisa de cinema”, disse o dono de lanchonete Sérgio Luis dos
Santos, 33, que viu a ação. “Invadiram a loja e saíram carregando LCDs
nas costas”, disse.

Numa loja da Laser Eletro, arrombada com uma viga de madeira durante a
madrugada, só restaram geladeiras e máquinas de lavar roupas. “Só
reabriremos quando a greve acabar”, afirmou o gerente Paulo Alves, 45.

Ainda não há acordo entre governo e grevistas para os policiais
voltarem ao trabalho, apesar de a Justiça ter decretado a paralisação
ilegal.

Segundo o governo estadual, a adesão à greve é de 33% dos 32 mil PMs
baianos -o restante do efetivo, afirma, está trabalhando. Já o movimento
fala em 100% de adesão.

O clima no Centro Administrativo, que reúne os edifícios-sede dos Três
Poderes no Estado e onde os grevistas estão concentrados, voltou a ficar
tenso após o anúncio das prisões pelo governador.

Anteontem, motoristas de ônibus foram rendidos por grevistas armados e
obrigados a entregar os veículos para fazer barricadas no acesso.

A pedido do governador, a presidente Dilma Rousseff mandou a Força Nacional e o Exército para reforçar a segurança.

De acordo com o governo, o efetivo extra soma 2.350 homens. Outros 600
deverão desembarcar na capital hoje. Dilma despachou o ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, para acompanhar a crise. Ele chega hoje à
Bahia.

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