Vítimas de Realengo tentam esquecer tragédia com balé, esportes e terapia


Medo, superação e esperança. As vítimas do ataque à Escola Municipal
Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, ainda
tentam esquecer aquele 7 de abril de 2011, quando um ex-aluno entrou armado e matou 12 crianças, ferindo outras dez. Um ano após a tragédia, os sobreviventes recorrem a atividades artísticas e até a sessões de terapia para superar a dor.
Com novo ano letivo, surgem novas expectativas. O medo de um novo ataque
ainda é comum entre os estudantes. O simples som de uma lâmpada
quebrada pode ser o suficiente para desviar a atenção. No entanto, o
novo sistema de segurança implantado após reforma da escola dá aos 986
alunos uma sensação de proteção, ainda que remota.
Sem parte dos movimentos das pernas, a adolescente Thayane Tavares
Monteiro, de 14 anos, tenta seguir a rotina numa cadeira de rodas. A
jovem ficou conhecida após ficar cara a cara com o atirador Wellington
Menezes de Oliveira, de 23 anos, e sobreviver a quatro tiros – dois na
barriga, um no braço e um na cintura. Na época, os médicos não deram
esperanças.
Com três sessões de fisioterapia por semana, Thayane luta para voltar a
andar: “A escola está diferente, reformada, mas não vai apagar o que
aconteceu lá. Eu sei que eu entrei andando e saí na cadeira de rodas. Eu
voltei, mas agora eu fico sempre na expectativa, nervosa. Superar não é
esquecer. A cicatriz está em todas as pessoas, as lembranças estão
todas ali”, disse ela.

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