A média da temperatura global em 2012 foi a nona maior desde que os
dados começaram a ser computados, no fim do século 19. O ano passado
registrou média de 14,6 graus, ou seja, 0,8 grau a mais do que o
registrado em 1880, segundo relatório da Nasa (Agência Espacial
Norte-Americana) – 1998, 2005 e 2010 foram os três mais quentes desse
arquivo histórico. ?Com o aumento dos gases do efeito estufa, os
cientistas esperam que cada década sucessiva tende a ser mais quente que
a anterior?, explica a Nasa
Mais
O relatório técnico sobre mudanças climáticas e água do IPCC (Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) aponta que o efeito global
do aquecimento será a intensificação do ciclo d?água, provocando fortes
inundações em algumas regiões e secas cada vez mais severas em outras. O
documento não indica o fim dos recursos hídricos, mas a escassez de
água doce e limpa para consumo, afetando mais de 1 bilhão de pessoas
diretamente, do Mediterrâneo ao sul da África
Mais
O nível do mar subirá três metros no fim do século 21 com o derretimento
da Antártica, afetando distribuição de energia, áreas de plantação e
deixando grandes cidades debaixo d’água. Se todo o gelo do polo Sul e da
Groenlândia for derretido, as águas podem subir mais de 70 metros,
segundo previsões catastróficas do livro “The Flooded Earth: Our Future
In a World Without Ice Caps” (A Terra inundada: nosso futuro em um mundo
sem as calotas polares, em tradução livre), escrito por Peter Ward, da
Universidade de Washington, nos Estados Unidos. Mas uma pesquisa da
Universidade de Copenhague, na Dinamarca, mostra que a Groelândia já
resistiu à intensa onda de calor no período interglacial Eemian, o
anterior ao nosso. Além disso, cientistas afirmam que o gelo da
Antártica não é tão fácil de ser derretido assim, já que está cerca de
50 graus Celsius negativos. Mesmo assim, o Pnuma (Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente) alertou, durante a COP 18 (cúpula anual do
clima da ONU, ocorrida no Catar em 2012), que as ilhas do Pacífico já
sofrem ameaças devido às mudanças climáticas e podem ter até 18% de seu
PIB (Produto Interno Bruto) comprometido por causa das novas condições
do clima
Mais
Dos grãos mais consumidos pelas pessoas, o trigo é o que mais sofre
risco de desaparecer das plantações diante das mudanças do clima,
colocando um fim à macarronada de domingo e ao pão nosso de cada dia. A
produção mundial de trigo pode cair quase 30% até 2050, a menos que uma
ação rápida limite o aumento da temperatura e que culturas mais
resistentes ao clima sejam desenvolvidas, segundo relatório do Instituto
de Pesquisa Internacional de Política Alimentar (IFPRI, na sigla em
inglês).
Outro alimento que pode desaparecer das prateleiras é o chocolate. No
ano passado, a Organização Internacional de Cacau verificou que a
produção de chocolate na África caiu mais de 2,8 milhões de toneladas,
menos de 12% comparado à safra anterior (2010/2011). O continente é
responsável por cerca de 60% da demanda mundial do fruto
Mais
O corte ilegal de 4.656 quilômetros quadrados da floresta amazônica
entre agosto de 2011 e julho de 2012 gerou cerca de 245 milhões de
toneladas de gás carbono na atmosfera, segundo dados do Imazon
(Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) apresentados no 6º
Encontro do Fórum Amazônia Sustentável, que ocorreu em dezembro passado.
De acordo com estimativas do órgão, a quantia de emissão tóxica do
corte de árvores ficou acima do dobro emitido por quase 42 milhões de
automóveis do país (121,6 milhões de toneladas de CO2)
Mais
O ar com até 25 microgramas de partículas menores de 2,5 micras (PM 2,5)
por metro cúbico é considerável saudável pela OMS (Organização Mundial
da Saúde). Quando há inversão térmica (uma massa de ar quente fica acima
de uma camada mais fria), a poluição não consegue escapar e forma uma
densa nuvem tóxica sobre as cidades, conhecido como smog, concentrando
essas pequenas partículas na atmosfera que só é dissipada com a ação dos
ventos. Para chegar a ser letal, portanto, a exposição precisaria ser
prolongada e, ao mesmo tempo, a uma grande concentração desses
poluentes, já que eles se alojam nos pulmões ou até mesmo na corrente
sanguínea, aumentando o risco de doenças respiratórias e
cardiovasculares
Mais
Ecologistas da Universidade de Umeå, na Suécia, mostram que alguns
mamíferos, como lemingue (foto), raposa do Ártico e urso polar, não
conseguirão se adaptar ao aumento de temperatura como a maioria dos
animais e poderão ser extintos até 2080. Mas não são apenas as espécies
do Ártico que correm risco de desaparecer do planeta: a ONU ameaça
colocar na lista de patrimônios ameaçados a Grande Barreira de Corais,
região da Austrália que abriga 400 tipos de coral, 240 tipos de aves e
1.500 de peixes, devido à industrialização australiana
Mais
O ar condicionado, usado para refrescar um ambiente rapidamente,
contribui para o aquecimento global. O aparelho é responsável por um dos
maiores gastos de energia da maioria dos países, em especial os em
desenvolvimento, como China e Índia, segundo a ONG Instituto para a
Governança e o Desenvolvimento Sustentável (IGSD, na sigla em inglês).
Ou seja, os países queimam gás e carvão para manter o ar condicionado
ligado na tomada – assim, 80% do impacto do uso dos aparelhos surge dos
combustíveis fósseis e o restante, de agentes líquidos presentes no
interior das bobinas que ajudam a umidificar o ambiente
Mais