Médium João de Deus saca R$ 35 milhões de bancos e tem paradeiro desconhecido


João de Deus. (Foto: Walterson Rosa/Folhapress)

A polícia ainda não conseguiu localizar o paradeiro do médium João de Deus, que teve sua prisão decretada após centenas de denúncias de violência sexual de mulheres que buscaram tratamento espiritual na casa Dom Inácio de Loyola, mantido por ele em Abadiânia, Goiás.

Embora seus advogados tenham afirmado que ele se entregaria, as autoridades identificaram movimentações recentes nas contas bancárias que mantinham em seu nome. Na quarta-feira passada (12), logo que surgiram as primeiras denúncias de abuso sexual, foram sacados cerca de R$ 35 milhões de suas aplicações bancárias.

A ordem de prisão contra o médium foi decretada no fim da manhã de sexta-feira. Como não se apresentou dentro do prazo, o Ministério Público o considera “foragido” e seu nome foi incluído na lista da Interpol, para que possa ser preso fora do Brasil assim que seu paradeiro for revelado.

Sua última aparição em público ocorreu na quarta-feira, na casa Dom Inácio de Loyola. Seus advogados irão entrar com um pedido de habeas corpus na segunda-feira. A defesa do religioso classificou a ordem de prisão como “inaceitável”, uma vez que não tiveram acesso ao pedido de prisão do Ministério Público Estadual de Goiás, nem ao inteiro teor do depoimento das vítimas.

A Polícia Civil afirma já ter feito buscas pelo médium em mais de 20 endereços. A força-tarefa que foi montada para investigar as denúncias de abuso sexual envolvendo o nome de João Teixeira de Farias já reuniu mais de 330 relatos em vários Estados do País. Há mulheres que se dizem vítimas que moram em seis países diferentes.

“João de Deus”, como é conhecido, atende cerca de 10 mil pessoas por mês, sendo que aproximadamente 40% são estrangeiras. Os abusos relatados pelas vítimas teriam ocorrido depois do atendimento espiritual oferecido pelo médium. Em muitos casos, ele ameaçava as mulheres dizendo que a doença voltaria ou os espíritos importunariam as vítimas se elas não cedessem. G. Prime

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