TV estimula à gravidez na adolescência


Adolescentes
que assistem muitos programas de TV com conteúdo sexual – sejam cenas
ou diálogos – têm probabilidade duas vezes maior de engravidar nos três
anos seguintes do que os jovens que assistem poucos desses programas,
segundo um estudo da RAND Corporation publicado nesta segunda feira pela
revista Pediatrics, da Academia Americana de Pediatria.

O
estudo americano é o primeiro a estabelecer uma relação direta entre a
exposição de adolescentes a conteúdo sexual na TV e gravidez – tanto de
meninas, como dos garotos que assistem aos programas e engravidam suas
namoradas. Para a pesquisadora Anita Chandra, que liderou o estudo, os
“adolescentes recebem considerável quantia de informação sobre sexo
através da TV e a programação normalmente não destaca os riscos e
responsabilidades do sexo”.

 “Nossas
conclusões sugerem que a televisão pode desempenhar um papel
significativo nas altas taxas de gravidez adolescente nos Estados
Unidos.”

Outros fatores

 Os
pesquisadores afirmam que outros fatores influenciam a gravidez na
adolescência. Adolescentes que moram com os dois pais têm probabilidade
menor de engravidar, enquanto meninas, negros e adolescentes com
problemas de comportamento como disciplina, estão mais propensos a
engravidar.Os jovens que pretendiam ter filhos cedo também têm mais
propensão a engravidar durante a adolescência.

Os
pesquisadores recomendam que as redes de TV sejam encorajadas a incluir
programas que mostrem relações sexuais de forma mais realista e incluam
conseqüências do sexo sem proteção, como doenças sexualmente
transmissíveis e gravidez indesejada.

 

Eles
ainda recomendam que os pais assistam televisão com os filhos
adolescentes para explicar as conseqüências de sexo sem proteção e que
pediatras perguntem aos jovens que programas de TV eles assistem, para
dar mais informações sobre métodos anticoncepcionais.

Mas Chandra afirma que a televisão é apenas parte da dieta midiática
dos adolescentes. “Nós também devemos investigar o papel das revistas,
da internet e da música”, afirmou. Quase um milhão de jovens meninas
engravidam a cada ano, sendo que a maioria dessas gestações não são
planejadas. As pesquisas mostram que as mães adolescentes têm mais
propensão do que outras meninas a abandonar a escola, precisar de
benefícios e viver na pobreza.

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