Anjos expressam cuidado de Deus pelos homens, afirma pastor


Muitos acreditam que os anjos estão à nossa volta nos guardando de
todo o mal e que essas “criaturas celestiais” protegem especialmente as
crianças.
Jesus em certa ocasião, chamou uma criança para perto de si e ensinou
aos discípulos a necessidade de alguém se tornar como uma delas para
entrar no Reino de Deus. A passagem, do evangelho de Mateus capítulo 18,
adverte os discípulos de que não desprezassem os pequeninos, pois Deus
tinha constante cuidado deles por meio dos anjos.
Tal passagem é classificada pelo reverendo Augustus Nicodemus, doutor
em teologia, como um dos “ditos difíceis de Jesus”, frases que suscitam
dúvidas ou mesmo causam polêmicas entre os crentes e não crentes.
“O conceito de que cada crente tem um anjo da guarda enviado por Deus
sempre foi popular entre os cristãos, e tem se tornado ainda mais
popular com a crescente onda de fascínio pelos anjos que tem invadido as
igrejas evangélicas, acompanhando o aumento do misticismo e do
ocultismo no mundo”, diz Nicodemus em sua postagem “Criança Tem Anjo da
Guarda? Ditos Difíceis de Jesus – III” em seu blog Tempora-Mores.
Segundo Nicodemus, a passagem permite diferentes interpretações. Uma
delas é de que os anjos descritos na passagem seriam as almas das
crianças que vão para o céu após sua morte. “De acordo com esta
interpretação, Jesus mandou que os discípulos não desprezassem as
crianças, pois elas, quando morrem, vão, na forma de anjos, morar na
presença de Deus”, explica Nicodemus.
Para o teólogo, a dificuldade nessa interpretação é que ela
identifica alma com anjo, ou seja, um elemento da personalidade humana e
um ente espiritual.
Outra interpretação possível seria que as crianças teriam seus próprios
anjos da guarda que a protegeriam em todo o tempo. Segundo Nicodemus,
essa doutrina é defendida pela igreja católica, que crê que no batismo a
criança recebe seu anjo particular, que é enviado por Deus para
proteger e aconselhar a criança durante toda a sua vida. Este anjo é
conhecido, segundo a teologia católica como “anjo custódio”.
O estudioso ressalta, que apesar de existirem passagens bíblicas que
citam anjos protetores, outras passagens dizem que estes seres seriam
enviados por Deus apenas em determinados momentos para guardar os
homens.
Uma outra interpretação seria que os “pequeninos” citados por Jesus
seriam não as crianças, mas os próprios discípulos de Jesus. O termo é
utilizado em outras passagens para designar os discípulos, que são
comparados a crianças, no que diz respeito à confiança em Jesus.
“Portanto, a melhor explicação para esta passagem é que Jesus está
ensinando que Deus envia seus anjos para assistir aos “pequeninos”, que
são os seus discípulos, os filhos de Deus pela fé, comparados a
crianças”, explica Nicodemus.
Segundo conclui Nicodemus, a passagem não ensina que cada crente
tenha seu próprio “anjo da guarda”, mas ela “simplesmente expressa o
cuidado geral de Deus por seu povo através dos anjos”.

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