saiu de Salvador na quinta-feira levando nas malas tintas e pincéis.
“Para colorir um pouco o continente que sempre me deu bons amigos e boas
alegrias…”, escreveu ele no Facebook. Mas o baiano acabou barrado
pela imigração na Espanha (onde faria conexão) e, após passar o dia
detido em uma salinha, volta hoje ao Brasil com outra imagem do
continente.
O artista saiu daqui para incluir, na sua vasta
lista de exposições internacionais, duas outras mostras: uma em Milão,
na Itália, na terça-feira, e outra no Centro Dannemann, na Suíça – onde,
inclusive, já expôs em 2011 -, em 8 de junho.
entrada negada, entre elas quatro brasileiros, incluindo seu assistente
Paulo Coelho, 46. Na sala em que estavam, impedidos de sair, Menelaw
falou ao CORREIO e disse que presenciou muito desespero e choro. “Me
sinto em uma prisão sofisticada. Essa é a imagem que eu tenho da
situação. É isso que eu devo retratar”, ilustra. “É inadmissível que em
pleno século XXI, em um mundo dito globalizado, que eu tenha que passar
por esse grande constrangimento”, indigna-se.
Menelaw já fez
mais de 40 exposições, quase todas no exterior – três delas na Espanha.
Segundo o Itamaraty, desde 2007 a Espanha tem apertado o cerco à
imigração brasileira. Com uma série de acordos, que chegou à recente
adoção da medida de reciprocidade do Brasil, o número de brasileiros
detidos tem diminuído, mas ainda é grande. No ano passado, 1.419
brasileiros tiveram que regressar ao Brasil (menos da metade do
registrado em 2007). O Itamaraty disse, por assessoria, que em casos
como esse só atua se acionado pela família. Menelaw disse que não
conseguiu contato com a embaixada em Madri.
A exigência para
entrar na Espanha é que o viajante comprove recursos financeiros para
estadia no país, reserva em hotel ou carta de um cidadão europeu que
justifique a presença dessa pessoa no país. Foi justamente a não
aceitação desse documento, conhecido como carta de invitação, que
frustrou a viagem de Menelaw. “Mandei para ele, junto com cópia do meu
passaporte, uma declaração que dizia: ‘Eu declaro que Menelaw e Paulo
Coelho ficarão em minha casa de 17 de maio a 17 julho. Vou pagar as
despesas que eles precisarem, sem excluir nenhuma’. Como já fiz em anos
passados e não houve problema”, conta o empresário do artista, o
italiano Ezio Dellapiazza, 67. A previsão é de que Menelaw saia em algum
voo hoje, de volta ao Brasil.
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