COMA: a dificuldade em viver fora do mundo real


A permanência em coma do cantor Pedro
Leonardo há quase um mês, após acidente ocorrido no dia 20 de abril, tem
provocado curiosidade das pessoas em saber o que vem a ser o coma.

De acordo com especialistas, o coma (ou
comatose) é o estado no qual uma pessoa ou animal perde completa ou
parcialmente a consciência, não tem reações cerebrais cognitivas
espontâneas, ou reage pouco ou nada a estímulos externos.

A palavra tem origem grega koma, o que
significa “estado de dormir”, no entanto o indivíduo durante este
período não está dormindo porque é impossível acordá-lo através de
estímulos e ruídos. Na definição do médico Guilherme Valença, do
Instituto Bahiano de Estudo em Neurologia, “o estado em que o indivíduo
 encontra-se inconsciente, sem abertura ocular e incapaz de se
relacionar com o meio ou responder a estímulos dolorosos.

De acordo ainda com o neurologista,
várias causas podem provocar o coma: “Todas que comprometem os
mecanismos de vigília do cérebro. Podemos citar como exemplo  trauma de
crânio,  o AVC  (acidente vascular cerebral), drogas, doenças
metabólicas e infecciosas”, assinalou. Muitas lendas em torno da pessoa
que passa por este estágio, há quem diga até que  chega  vislumbrar a
morte. Ao ser indagado sobre o que uma pessoa pode sentir durante este
período, o especialista sintetizou a resposta: “Não há sensibilidade”.

Em relação ao tão falado coma induzido, o
especialista explica que “o coma induzido ocorre com o uso de
medicamentos. Indicado para reduzir o metabolismo do cérebro e
consequentemente protegê-lo”. O médico disse ainda que os tipos de coma
“são classificados de acordo com a causa e com a gravidade das lesões”.
No caso de pessoas após longos anos de coma e de repente acordaram, o
neurologista  explica que “podem sair do estado de coma, mas normalmente
com lesões e déficits definitivos (estado vegetativo”, mas também “o
indivíduo pode sair do coma sem sequelas”, sinalizou.

Causas do coma

No traumatismo crânio-encefálico, o coma
pode ser induzido seja pelo efeito de concussão cerebral, quando o
cérebro recebe um impacto forte e é jogado contra as paredes do crânio,
causando lesão difusa, ou mesmo por lesão direta, com perda de massa
encefálica como nos casos de ferimentos por armas de fogo. Os acidentes
vasculares cerebrais são comumente chamados de “derrame”. Na realidade,
há dois tipos principais, os acidentes vasculares cerebrais
hemorrágicos, quando ocorre a ruptura de algum vaso sanguíneo cerebral,
ou os acidentes vasculares cerebrais isquêmicos, quando ocorre a
obstrução da circulação sanguínea. Nos dois casos, ocorre interrupção do
fluxo sanguíneo às porções do encéfalo irrigadas pelo vaso acometido,
ocorrendo a lesão de células nervosas, os neurônios. Os tumores
encefálicos podem causar o coma por destruição de células cerebrais ou
por efeito de compressão, pelo seu crescimento expansivo e irrefreado,
que leva à obstrução da circulação sanguínea, a isquemia.

Diversos distúrbios do metabolismo podem
induzir o estado de coma, como o diabetes mellitus, o hipotireoidismo, a
insuficiência hepática, seja pelo acúmulo de substâncias que impedem o
correto funcionamento cerebral, como alguns aminoácidos e amônia, pelo
desequilíbrio do metabolismo do hidrogênio sanguíneo, causando alteração
de pH ou pelas disfunções orgânicas causadas por estas doenças, que
levam à hipoventilação, hipotermia, hipotensão e bradicardia. Os
envenenamentos acidentais ou provocados, introduzem no organismo humano
drogas que podem induzir ao coma, como os organofosforados, cocaína,
álcool, etc. A asfixia, traumática, por afogamento, ou qualquer outra
condição que conduza à interrupção do fluxo nas vias respiratórias pode
gerar falta de oxigenação cerebral e conduzir a pessoa ao coma.
(Tribunadabahia)

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