A
Justiça Eleitoral entra sempre nas campanhas em período eleitoral. Ela tem
espaço gratuito na mídia para passar informações sobre as eleições. Entretanto,
costuma confundir informação com apoio ao processo eleitoral e sempre passa a
fazer propaganda da eleição. Sim, propaganda do pleito. Ao invés de informar a
ordem de votar, por exemplo, de quem teria direito a votar e de quem estaria
proibido, a Justiça reforça a tese, absurda e distorcida, de que cidadania se
exerce com o simples ato de apertar botão colorido no dia da eleição. Trata-se
do coroamento de uma confusão entre cidadania na sua plenitude e um de seus
componentes, que é o ato isolado e obrigatório de votar.
Justiça Eleitoral entra sempre nas campanhas em período eleitoral. Ela tem
espaço gratuito na mídia para passar informações sobre as eleições. Entretanto,
costuma confundir informação com apoio ao processo eleitoral e sempre passa a
fazer propaganda da eleição. Sim, propaganda do pleito. Ao invés de informar a
ordem de votar, por exemplo, de quem teria direito a votar e de quem estaria
proibido, a Justiça reforça a tese, absurda e distorcida, de que cidadania se
exerce com o simples ato de apertar botão colorido no dia da eleição. Trata-se
do coroamento de uma confusão entre cidadania na sua plenitude e um de seus
componentes, que é o ato isolado e obrigatório de votar.
A
escolha do candidato à presidência da República pelo Partido da Social
Democracia Brasileira – PSDB para a eleição de 2006 demonstrou cristalinamente
que o cidadão não tem nenhuma participação no processo de escolha dos
candidatos. Um jantar com três caciques, Fernando Henrique, Aécio Neves e Tasso
Jereissati foi a representação legítima de todos os filiados. Procedimento
dessa natureza nas escolhas de todos as agremiações partidárias.
escolha do candidato à presidência da República pelo Partido da Social
Democracia Brasileira – PSDB para a eleição de 2006 demonstrou cristalinamente
que o cidadão não tem nenhuma participação no processo de escolha dos
candidatos. Um jantar com três caciques, Fernando Henrique, Aécio Neves e Tasso
Jereissati foi a representação legítima de todos os filiados. Procedimento
dessa natureza nas escolhas de todos as agremiações partidárias.
No
Brasil o faz, desfaz, faz o mesmo novamente serve exatamente para os caudilhos
políticos perpetuarem-se no poder. Trata-se de conduta abrangente e
generalizada que tem o propósito de eternizar alguns grupos ou clãs políticos.
Exemplo desse tipo de mudança irrelevante foi o período do mandato
presidencial, ora seis, ora quatro, ou cinco anos. E também o instituto da
reeleição, que há quinze anos era considerada pela quase unanimidade como a
salvação da política nacional. Diziam que um mandato era pouco, com definição
de cada ano. O primeiro para tomar pé da situação, o segundo para aprovar
alguns projetos, o terceiro para constatar que não poderia realizar o que
prometera e o último para sair.
Brasil o faz, desfaz, faz o mesmo novamente serve exatamente para os caudilhos
políticos perpetuarem-se no poder. Trata-se de conduta abrangente e
generalizada que tem o propósito de eternizar alguns grupos ou clãs políticos.
Exemplo desse tipo de mudança irrelevante foi o período do mandato
presidencial, ora seis, ora quatro, ou cinco anos. E também o instituto da
reeleição, que há quinze anos era considerada pela quase unanimidade como a
salvação da política nacional. Diziam que um mandato era pouco, com definição
de cada ano. O primeiro para tomar pé da situação, o segundo para aprovar
alguns projetos, o terceiro para constatar que não poderia realizar o que
prometera e o último para sair.
Quanto
à tese de que o voto é o trunfo maior da democracia, em 1986, foi feito um
trabalho na escola sobre a relevância de votar na eleição para os governos
estaduais. Minha parte seria demonstrar a importância do voto. Foi o melhor.
à tese de que o voto é o trunfo maior da democracia, em 1986, foi feito um
trabalho na escola sobre a relevância de votar na eleição para os governos
estaduais. Minha parte seria demonstrar a importância do voto. Foi o melhor.
Escolhi
diferentes cobras de plástico e a cada serpente atribuí o nome de um candidato
ao governo de São Paulo. Com elas fiz um círculo sem nenhuma brecha. No centro,
coloquei um sapo que representava o eleitor. O dia da eleição significava o dia
que esse sapo sairia do círculo. Ou seja, escolheria por qual cobra seria
picado. Morreria de qualquer jeito, apenas teria o direito de escolher com qual
veneno. A cascavel foi eleita. Era o Quércia.
diferentes cobras de plástico e a cada serpente atribuí o nome de um candidato
ao governo de São Paulo. Com elas fiz um círculo sem nenhuma brecha. No centro,
coloquei um sapo que representava o eleitor. O dia da eleição significava o dia
que esse sapo sairia do círculo. Ou seja, escolheria por qual cobra seria
picado. Morreria de qualquer jeito, apenas teria o direito de escolher com qual
veneno. A cascavel foi eleita. Era o Quércia.
Nunca
a roubalheira foi um mecanismo de política como de uns anos para cá. Os
sanguessugas, a máfia das ambulâncias, a corriola de todas as autoridades de
Rondônia, o mensalão, José Arruda, e agora a Delta, Carlinhos Cachoeira e
Demóstenes Torres são parcos exemplos. De tão generalizada, parece escapar
apenas o político não alcançado pelas escutas telefônicas ou pelas filmadoras.
a roubalheira foi um mecanismo de política como de uns anos para cá. Os
sanguessugas, a máfia das ambulâncias, a corriola de todas as autoridades de
Rondônia, o mensalão, José Arruda, e agora a Delta, Carlinhos Cachoeira e
Demóstenes Torres são parcos exemplos. De tão generalizada, parece escapar
apenas o político não alcançado pelas escutas telefônicas ou pelas filmadoras.
Numa
das eleições, a Justiça Eleitoral se arrogou ao direito chamar o eleitor de
patrão. Que patrão! Patrão escolhe livremente seus empregados. Se o voto fosse
facultativo, não haveria reparo nessa comparação, desde que a Instituição
dissesse que o direito de votar era proporcional ao de não votar. Além de
distorção da função, na escolha de políticos a cautela devida seria sempre
recomendável. E a Justiça Eleitoral não deveria engrossar a onda geral de dar
um valor que o voto isolado definitivamente não tem, principalmente porque o
eleitor não tem nenhuma influência nem participação na escolha dos candidatos.
Essa farsa não merece guarida da Justiça Eleitoral. Com essa forma de
participação política, o voto vale tanto para a democracia quanto o sapo para a
fome da cobra.
das eleições, a Justiça Eleitoral se arrogou ao direito chamar o eleitor de
patrão. Que patrão! Patrão escolhe livremente seus empregados. Se o voto fosse
facultativo, não haveria reparo nessa comparação, desde que a Instituição
dissesse que o direito de votar era proporcional ao de não votar. Além de
distorção da função, na escolha de políticos a cautela devida seria sempre
recomendável. E a Justiça Eleitoral não deveria engrossar a onda geral de dar
um valor que o voto isolado definitivamente não tem, principalmente porque o
eleitor não tem nenhuma influência nem participação na escolha dos candidatos.
Essa farsa não merece guarida da Justiça Eleitoral. Com essa forma de
participação política, o voto vale tanto para a democracia quanto o sapo para a
fome da cobra.
Pedro Cardoso da Costa –
Interlagos/SP
Interlagos/SP
Bacharel em direito
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