Equipes de resgate procuram sobreviventes de terremotos no Irã


Equipes de resgate chegaram à região nordeste do
Irã, afetada por dois fortes terremotos no sábado, e buscam
sobreviventes entre os escombros. Pelo menos 250 pessoas morreram e mais
de 2 mil estariam feridas. Milhares passaram a noite em abrigos de
emergência ou ao relento.

Depois dos dois terremotos do sábado
(11) já ocorreram 55 tremores mais fracos na região.O primeiro
terremoto, de magnitude 6,4, atingiu a cidade de Ahar, na região de
Tabriz, às 16h53 no horário local (8h23 de Brasília) e de acordo com as
autoridades locais os esforços de resgate foram dificultados com o
início da noite.

Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos
(USGS, na sigla em inglês), o tremor foi seguido de uma réplica de
magnitude 6,3, apenas 11 minutos depois. Pelo menos 66 equipes de
resgate foram enviadas para a região junto com cerca de 200 ambulâncias
e cinco helicópteros.
Imagens do canal de televisão estatal iraniano mostram muitos corpos no
chão de um necrotério na cidade de Ahar. Quando amanheceu, os cães
farejadores começaram a trabalhar com as equipes de resgate em Tabriz.

O
gabinete do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, divulgou uma
declaração oficial em seu website dando os pêsames a todos os que estão
na zona de desastre e pedindo que as autoridades “mobilizem todos os
esforços para ajudar a população afetada.”

Uma autoridade da
província atingida pediu que a população permaneça fora de casa devido
ao risco dos tremores secundários. “Minha família está muito assustada. É
noite, mas não conseguimos dormir. Este terremoto foi (…) muito forte
e violento”, disse à BBC Amina Zia, que mora em Tabriz.

O
correspondente da BBC em Teerã, Mohsen Asgari, informou que centenas de
pessoas foram resgatadas durante a noite, mas os tremores que
continuaram pela madrugada de domingo dificultaram ainda mais o trabalho
das equipes. Asgari afirma ainda que o número de vítimas deve aumentar e
as agências de ajuda estão entregando barracas, cobertores, alimento e
água para os sobreviventes.

O Crescente Vermelho do Irã assumiu o
controle de um estádio de esportes para abrigar os que perderam suas
casas nos terremotos ou todos os que estiverem com medo de voltar para
suas residências. A estimativa da organização é que 16 mil pessoas foram
para o estádio.

O Crescente Vermelho da Turquia informou que
está enviando carregamentos de suprimentos para a fronteira entre os
dois países. A maioria das mortes relatadas nos dois tremores de sábado
ocorreu em áreas rurais, de acordo com as autoridades locais, uma
indicação da baixa qualidade das casas fora das áreas urbanas no Irã.

As
linhas telefônicas de muitos vilarejos da região foram cortadas e as
equipes de resgate estão tendo que trabalhar apenas com rádios.

“O
terremoto criou um pânico enorme entre as pessoas. Todos correram para
as ruas e as sirenes de ambulâncias eram ouvidas por todos os lados”, um
morador de Tabriz disse à BBC.

As cidades de Haris e Varzaqan,
na província do Azerbaijão do Leste, estão entre as que contabilizam até
o momento o maior número de mortes, disse Khalil Saei, chefe do comitê
local de crise, em entrevista à TV estatal iraniana.

O
vice-ministro do Interior iraniano, Hassan Ghadami, disse à agência de
notícias oficial do Irã, a Fars, que cerca de 110 vilarejos foram
danificados. A televisão estatal do país informou que pelo menos seis
vilarejos foram totalmente destruídos e outros 60 sofreram danos que
atingem entre 50% e 80% de sua área. Moradores do local informaram que
33 dos 414 habitantes foram mortos nos tremores.

O Irã está
localizado sobre uma grande falha geológica, que aumenta as
possibilidades de terremotos no país. Em 2003, um terremoto na cidade de
Bam deixou mais de 25 mil mortos. As informações são da Agência Brasil.

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