Exames preventivos e pré-natal garantem a saúde da futura mãe


No mês dedicado às mães, o Globo Cidadania ressalta a importância dos cuidados com a saúde da mulher. Para as gestantes, o pré-natal é fundamental, pois garante a manutenção da saúde da futura mamãe e do bebê. Mas, antes mesmo de engravidar, o ginecologista Homero Padilha recomenda que a mulher faça a consulta pré-concepcional.

“Quando ela quiser engravidar, o ideal é que realize uma série de exames antes da concepção, pois assim evitará complicações tanto para sua própria saúde, como para a do bebê. A infecção urinária, por exemplo, pode causar até partos prematuros, já que provoca contrações uterinas. Tratando a doença antes da gestação, o médico tem mais liberdade para usar vários medicamentos. Outro fator que deve ser avaliado é o nível de ácido fólico, que protege o tubo neural do bebê, a estrutura embrionária que dá origem ao cérebro e à medula espinhal. Se houver deficiência, doses de ácido fólico devem ser administradas três meses antes da gestação. É importante também realizar exames para detectar toxoplasmose, rubéola, hepatite e doenças sexualmente transmissíveis”, explica.

Durante a gravidez, o pré-natal é a recomendação mais importante. “No pré-natal os exames laboratoriais continuam e a gestante deve fazer ultrassonografias, para ver como está o bebê. Recomendamos que as mães controlem o peso, pois o excesso pode causar diabetes gestacional e hipertensão. Gravidez não é doença, todo mundo sabe, é possível fazer atividades físicas leves, caminhar. Mas, é claro que não podemos esquecer o fator idade. A gestação na adolescência ou na menopausa requer cuidados redobrados e exames mais frequentes”, alerta.

Fora do período gestacional, as mulheres devem ficar atentas para prevenir o câncer de mama e o de colo de útero, realizando o exame preventivo regularmente. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil registrou só em 2010 mais de 49 mil novos casos de câncer de mama e 11,8 mil mortes. Ele é seguido pelo câncer de colo de útero, o segundo que mais aparece na população feminina, e que constitui a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, com 4,8 mil vítimas fatais e 18.430 novos casos.

“Se conseguimos fazer o diagnóstico precoce, as chances de cura são maiores. Mesmo com lesão no útero provocada por HPV (papilomavírus humano), no estágio inicial o tratamento pode ser feito no próprio consultório. No câncer de mama, o diagnóstico precoce é essencial. Detectando os nódulos, é possível fazer o acompanhamento e evitar que a mulher perca a mama ou mesmo a vida. Quem tem casos de câncer na família ou já possui algum nódulo deve redobrar os cuidados, fazendo exames com mais frequência”, completa.

Políticas de saúde para a mulher

Rede Cegonha (Foto: Divulgação)

Rede Cegonha assegura os direitos das mães 
e dos bebês (Foto: Divulgação)
Desde 1983, quando foi criado o Programa Assistência Integral à Saúde da Mulher, as políticas públicas em relação à saúde da mulher foram ampliadas, incorporando a assistência em todas as etapas da vida. O programa deu ênfase a preocupações com doenças ginecológicas, prevenção e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis (DST) e Aids, além de assistência às mulheres vítimas de violência.
Em 2008, houve um novo avanço na área, com a implantação do II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (II PNPM), que propôs, entre outras políticas públicas, a redução em 15% da mortalidade materna, o aumento em 15% do número de mamografias na população feminina, a disponibilização de métodos anticoncepcionais em 100% dos serviços de saúde e o aumento em 60% do número de exames citopatológicos (estudos das células) em mulheres com idade entre 25 e 29 anos. De acordo com Dário Pasche, diretor do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas do Ministério da Saúde, a política de atenção integrada à mulher é prioridade na agenda do Governo.
Dário Pasche - Ministério da Saúde (Foto: Divulgação)

Dário Pasche, representante do Ministério da Saúde
(Foto: Divulgação)
“Existe uma preocupação com a saúde da mulher como um todo, incluindo reprodução, climatério, violência contra a mulher e etc. Temos muitas ações, mas o que tem ganhado visibilidade é a Rede Cegonha, estratégia do Ministério da Saúde, operacionalizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que assegura às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo, à atenção humanizada à gravidez, parto e puerpério (fase pós-parto); e às crianças o direito ao nascimento seguro, crescimento e desenvolvimento saudáveis. O objetivo é captar cada vez mais rápido as mulheres para a Rede Cegonha. A ideia é dar acesso à informação e insumos para que haja o planejamento reprodutivo. Estamos ampliando o acesso e qualidade ao pré-natal. Em 2011, foram realizadas 20 milhões de consultas de pré-natal, que inclui agora também exames de testagem rápida. Toda mulher que chegar à unidade de saúde, pode fazer o exame para sífilis e saber rapidamente o resultado. Ainda temos 5 mil casos de sífilis congênito (que passa de mãe para filho) por ano e queremos diminuir esse número”, explica.

O diretor ressalta que, por lei, a futura mãe pode saber com antecedência onde terá o bebê, evitando assim que a gestante fique peregrinando em busca de uma unidade de saúde. “As maternidades estão organizando, atualmente, visitas, para a mãe saber onde vai ficar, reduzindo o tempo de trabalho de parto e a ansiedade. Temos atualmente 3200 serviços (entre hospitais e centros obstétricos) que realizam parto, e estamos investindo recursos em reforma, ampliação e construção de maternidades”, completa. Globo Cidadania.

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