Paula Fernandes teve depressão na adolescência


“É um choro que não cessa, um sono e um
apetite que não voltam”.  Quem vê Paula Fernandes nos palcos nunca
imaginaria que essa era a sua rotina na adolescência.
A cantora teve depressão e não acreditava que uma menina de 17 anos
poderia estar com a doença.  Durante o período de dois a três anos,
Paula deu um tempo na carreira musical e até chegou a fazer um curso de
secretariado. Além da depressão, ela também tinha crises de pânico e o
simples barulho de uma sirene já lhe provocava medo.
A depressão tem como sintomas a falta de prazer e o sentimento de
tristeza profunda. Foi assim que Paula começou a saber que algo estava
errado. “Percebi que alguma coisa não estava bem, perdi o apetite, quase
não dormia, chorava muito e vivia angustiada”, disse, em entrevista por
telefone ao Fantástico, depois de saber que o programa trataria dessa
doença no quadro “Males da Alma”.
Paula acredita que teve depressão por causa de seu estilo de vida
quando muito jovem. “Eu não fui uma menina comum. Em vez de ir às
festinhas, eu era o evento. Eu sentia falta de algo que não sabia o que
era. Me relacionar com as pessoas, ter um namorado. Eu não culpo
ninguém, mas foi uma consequência das minhas escolhas pela carreira”,
contou.
Paula começou a investir na carreira musical aos oito anos e recebeu
muitos ‘não’ no começo. Durante a adolescência, a falta de uma vida
considerada ‘normal’ pesou e a cantora teve depressão aos 16. “A
primeira lembrança que eu tenho é de quando eu tinha 16 anos e comecei a
ter uma pequena arritmia. Ninguém acreditava que isso poderia ser
sintoma de uma crise de pânico”, conta.
Depois de aceitar o tratamento, Paula começou a tomar os remédios.  “A
fase mais difícil é a que você está ignorante sobre o que está sentindo.
Acha que vai morrer e não sabe o que está acontecendo. Outra fase é a
em que você começa a melhorar, mas não acredita nisso até tomar
confiança”, disse.
A cantora deixou o quadro depressivo há cerca de dez anos, mas até hoje
faz terapia e se preocupa em manter uma vida saudável. Para ela, o mais
importante é acabar com o preconceito e assumir a doença.
“Para aquelas que desconfiam, a primeira coisa que tem que fazer é
perder o preconceito. E para aquelas que já descobriram, é continuar o
tratamento. O preconceito é o maior dos problemas. Qualquer pessoa pode
ter depressão e muita gente jura de pé junto que não tem. Isso é um dos
maiores problemas!”, disse.
Se Paula não tivesse aceitado o tratamento, as coisas poderiam ser
diferentes, segundo ela. “Eu não estaria aqui, teria feito alguma
bobagem”, conta. A cantora também afirma que nunca pensou em se matar:
“Eu nunca teria coragem, e uma coisa que não perdi foi a consciência”.
Hoje, ela considera que a doença foi um impulso na carreira e serviu de
fortalecimento. “Infeliz, nunca fui; eu fiquei doente”, afirmou.
G1

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