SECA: PRODUÇÃO DE LEITE REDUZ 60% NO SUL DA BAHIA


Com três meses sem cair uma chuva forte, os pecuaristas de Itabuna,
Buerarema e Itapé, no sul baiano, já sentem os prejuízos causados pela
seca. No distrito itabunense de Itamaracá, a situação chega a ser
preocupante. A maioria produzia leite e os produtores rurais já
começaram a ter prejuízos. Segundo a Empresa Baiana de Desenvolvimento
Agrícola (EBDA), na região eram produzidos dois mil litros de leite por
dia. De abril para maio esse número caiu mais da metade, e apenas 700
litros são coletados por dia. “Praticamente a produção caiu uma média de
mais de 60%. A gente tirava a média de 20 litros [de leite], caiu e a
gente está tirando oito, seis litros no máximo”, afirmou o agricultor
Pedro Venceslau. Muitas propriedades da região tem como principal fonte
de água um tipo de represa que capta água da chuva, mas com toda essa
estiagem muitas estão secas, ou pelo menos, com o nível abaixo do
normal, além de estar com o recurso completamente contaminado, que não
serve nem para os animais beberem. “Vai afetar a sanidade dos animais,
principalmente dos bezerros. É uma água contaminada, contém alto índice
de verminose, está uma água quente porque a quantidade é pouca, com essa
temperatura esquenta. Não é legal para os animais e vai dar problema de
sanidade nos animal. Ele vai adoecer e vai perder animal [os
pecuaristas]”, afirmou o técnico agropecuário da EBDA, Nelson Fernandes.
Para tentar minimizar os efeitos, a alimentação dos bovinos foi
modificada. A cana que é mais resistente ao sol está sendo triturada e
misturada a outros componentes, como uréia e sulfato de amônia. “É o que
está ajudando é a cana. Daqui a mais uns oito dias só vai ter a cana
para dar, porque capim não tem mais”, disse o agricultor José Domingos
Soares.

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