Senador Walter Pinheiro Se Defende De Críticas Do Pastor Silas Malafaia, Que Rebate: “Preferiu Servir Mais Ao PT Do Que As Suas Convicções Cristãs”


A ausência do senador Walter Pinheiro (PT-BA) na sessão que definiu o “sepultamento” do PLC 122 no Senado rendeu críticas severas do pastor Silas Malafaia, que passou a desencorajar os evangélicos da Bahia a votarem nele nas próximas eleições que ele disputar. O senador assumiu seu mandato há três anos, e se resolver cumpri-lo até o fim, só será candidato novamente em 2018.
Esta semana, Pinheiro – que é evangélico – divulgou uma nota rebatendo as críticas à sua ausência na sessão que definiu o apensamento do PLC 122 ao projeto do novo Código Penal, que vem sendo elaborado no Senado com a ajuda de juristas.
No texto, o senador explica que, por estar participando das discussões de outros projetos de lei, precisou se ausentar do plenário e, por ter havido uma inversão de pautas, o PLC 122 foi votado antes do previsto, o que teria impedido de participar da sessão.
“O senador Walter Pinheiro (PT-BA) vai continuar defendendo, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a inclusão de texto que criminalize toda prática de intolerância e homofobia no Código Penal. Ele lembra que o PL 122 tornou-se inócuo, pois, obrigatoriamente, a tipificação de crime de homofobia terá que ser tratada no Código Penal”, diz a nota da assessoria de imprensa do senador, mostrando seu posicionando político a respeito do tema.
Ainda segundo seus assessores, “a ausência do senador durante votação do requerimento que apensou a matéria ao Código Penal vem sendo utilizada para distorcer seu posicionamento. Enquanto o requerimento 1443 era apreciado, no dia 17 de dezembro do ano passado, Pinheiro retornava com um acordo para poder votar o Orçamento 2014 no Congresso, que acabou avançando pela madrugada”, diz o texto.
O próprio senador comentou as circunstâncias: “Não participei nem da votação do PNE (Plano Nacional de Educação) naquele dia. Estive em reuniões com o MEC, na Secretaria de Relações Institucionais com as bancadas que compõem a Comissão Mista de Orçamento, a fim de iniciar a votação da peça orçamentária ainda na noite daquela terça”, justificou-se.
Seu maior crítico na questão, Malafaia respondeu aos argumentos do senador de forma incisiva: “Acredito que o senador Walter Pinheiro perdeu uma gigantesca oportunidade de ficar quieto. Ele está tentando se defender do indefensável, como vou provar, e o desafio a me contraditar”, escreveu o pastor num artigo.
“Em todos os eventos evangélicos contra o PLC 122, onde estava o senador Walter Pinheiro? Sumia! Manifestação pacífica em Brasília contra o PLC 122, em 1 de junho de 2011? Ele não estava. Na mesma data, entrega de mais de um milhão de assinaturas contra o PLC 122, ao então presidente do Senado José Sarney. Onde estava Walter Pinheiro? Lá com certeza não estava. A maior manifestação em Brasília depois das Diretas Já, promovida pelas lideranças evangélicas no dia 5 de junho. Cadê o senador evangélico Walter Pinheiro? Lá ele também não compareceu”, afirmou o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), contestando os argumentos apresentados pelo senador.
Em sua conclusão, Malafaia reforçou sua posição de não mais recomendar o voto a Walter Pinheiro: “Lamento profundamente que um senador dito evangélico dê preferência a sua ideologia, do que a sua fé. A verdade nua e crua é que Walter Pinheiro se omitiu na votação, porque esta é uma questão ideológica do PT e ele preferiu servir mais ao partido do que as suas convicções cristãs. O apoiei muitas vezes acreditando que a sua fé falaria mais alto. Estou decepcionado, mas podem ter certeza, não desisto, continuarei votando em pessoas e não em partidos. Se errar, deixo de votar ou apoiar o candidato e passo a apoiar outro, porém continuarei a exercer a minha cidadania. Só covardes e medrosos desistem quando erram, ou quando as coisas não dão certo […] Espero que o senador seja humilde para reconhecer o seu erro e corrija sua rota, porque todos nós podemos errar e corrigir nossos erros […] Se isso não acontecer, aí vai a minha recomendação aos cristãos da Bahia: nunca mais votem em Walter Pinheiro”, disse o pastor.
Por Tiago Chagas

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