Viúva foi parada pela polícia quando transportava corpo do marido


Elize Matsunaga, 38 anos, chegou a ter o carro
parado pela Polícia Militar Rodoviária de São Paulo quando transportava
em malas o corpo esquartejado do marido, Marcos Matsunaga, 42 anos. A
bacharel em direito matou o executivo da Yoki no dia 19 de maio e no dia
seguinte saiu para se desfazer dos restos mortais.
Segundo a Folha Online, Elize foi parada no dia 20
porque estava em uma Pajero TR4 com o licenciamento vencido. Um “radar
inteligente” detectou o problema e informou a policiais militares
rodoviários, que pararam o carro na Rodovia Antônio Romano Schinchariol,
a SP-127. Elize foi multada pela infração, segundo a Polícia Civil. 
A multa foi aplicada já em Capão Bonito, a 226 km de
São Paulo – segundo a polícia, Elize seguia para o Paraná, onde iria se
desfazer das partes do corpo do marido. No caminho, ela se arrependeu e
voltou para São Paulo, pensando na filha de 1 ano. Os restos mortais de
Matsunaga foram abandonados em Cotia, na Grande São Paulo.
Depois de abandonar os pedaços do corpo do
executivo, Elize voltou para a casa onde morava com o marido – a filha
ficou no local com uma babá pelas 12 horas em que a mãe esteve ausente.
A viúva confessou o crime na quarta-feira. Após oito horas de
depoimento, o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à
Pessoa (DHPP), Jorge Carrasco, disse que não há dúvidas em relação à
autoria do crime e acredita que o assassinato não foi premeditado.
Segundo ele, Elize afirmou que realizou tudo sozinha e atirou contra o
marido na sala, após uma discussão conjugal por conta de uma traição
que teria sido descoberta por ela.

A arma usada para matar o
executivo – uma pistola 380 – foi um presente dele para a mulher –
Matsunaga era colecionador de armas. Elize revelou que a pistola não
estava entre as que foram entregues para a Guarda Municipal de Cotia
destruir. Ela a guardou em uma gaveta do apartamento onde eles moravam,
na Vila Leopoldina (Zona Oeste). O casal fazia curso de tiro e ela
era considerada uma boa atiradora.

Após o disparo, que
atingiu o lado esquerdo da cabeça de Marcos, Elize disse ter levado o
corpo do marido para um quarto do imóvel e ter aguardado cerca de 10
horas antes de esquartejá-lo no banheiro da empregada. Os vestígios
de sangue foram limpos depois.

Conhecedora de anatomia –
Elize é técnica de enfermagem e trabalhou em um centro cirúrgico -,
ela disse ter usado uma faca com lâmina de 30 centímetros para cortar
os braços, pernas, tronco e a cabeça do executivo. Após o trabalho,
que durou cerca de quatro horas, ela embalou os pedaços em sacos
plásticos.

Em seguida, Elize usou três malas para transportar
o corpo e dirigiu até uma estrada de terra em Cotia, na Grande São
Paulo, onde atirou todos os pedaços em um matagal. Ela disse que o
casal frequentava um sítio em Ibiúna e costumava passar pela estrada.


Criança não viu nem ouviu nada
As malas e a faca
foram jogadas em outro local, que Elize já indicou para a polícia. O
delegado Jorge Carrasco disse que a polícia vai apreender os objetos.
Uma testemunha de Cotia disse à polícia ter visto quando um
motociclista, vestido de preto e em uma moto escura, jogou os sacos no
matagal. O marido de uma das três empregadas do casal também chegou a
ser investigado, mas agora a polícia descarta ajuda no crime.

“Não
houve mentira, o depoimento foi seguro. Os indícios eram muito
fortes e foram apresentados para ela. Não acredito que ela esteja
acobertando ninguém”, disse Carrasco.

Segundo a polícia,
enquanto Elize saiu para desovar o corpo do marido, a filha deles, de 1
ano, ficou no apartamento com uma babá. O delegado disse que
dificilmente a menina viu alguma coisa, pois os cômodos do imóvel são
distantes. O barulho do tiro também não deve ter sido ouvido, pois as
janelas têm proteção antirruído.

Elize também revelou em seu
depoimento que, após cometer o crime, doou o colchão onde o casal
dormia para uma babá, que será ouvida pela polícia ainda hoje. O casal
tinha três empregadas: uma doméstica e duas babás. Elas não tinham
acesso a todos os cômodos do apartamento, segundo a polícia.

Segundo
o delegado Carrasco, Elize não disse em seu depoimento se estava
arrependida pelo crime. Presa desde segunda-feira, segundo a polícia,
ela teve a prisão prorrogada pela Justiça por mais 15 dias. Ela deve
ser indiciada por homicídio qualificado, com ocultação de cadáver.

O
advogado da família da vítima, Luiz Flávio Borges D’Urso, disse
ontem que “a família se sente reconfortada com a confissão e com o
trabalho da polícia”.

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