Parece que nós temos tendência ou está na genética do ser humano valorizar o estranho mais do que os filhos da terra. Na antiguidade Jesus já dizia: “O Profeta não fica sem honra senão em sua própria Pátria”, o Grande Mestre já sabia que carregávamos na nossa própria índole essa discrepância irrelevante hoje para os nossos dias.
“Manoel Vitorino comandado por estranhos”, essa é a realidade de nosso município a décadas. Renato Vilar foi o primeiro forasteiro a ser eleito a prefeito de Manoel Vitorino, natural de Alagoas, Renato procurava uma cidade que tivesse o mesmo clima de sua cidade natal em Alagoas para recomeçar uma nova vida com sua família e por indicação de amigos, ele veio para Manoel Vitorino, pisando primeiramente em terras do distrito de Catingal onde comprou fazendas e abriu comercio de tecidos.
Quem também sentou na cadeira executiva do Município foi o paraibano Manoel Moreira da Nobrega, conhecido pelo apelido de Manu. Manu era escrivão e também escolheu Catingal para morar e como em terra de cego quem tem um olho é rei, Manu era considerado por todos um homem muito inteligente, ele era o vice de Dr. José Marques, que diga-se de passagem também não era filho de Manoel Vitorino, residente e domiciliado em Vitória da Conquista, com seu dramático assassinato, Manu assumiu a prefeitura em seu lugar.
Não dar pra falar de todos os forasteiros tanto no Executivo como também no Legislativo que nós já colocamos no poder, mas vale lembrar que o nosso atual prefeito Lenilton Pereira Lopes também não é filho de Manoel Vitorino e que hoje faz questão de comandar o município de longe, morando em outra cidade.
Com exceção do velho Renato, que, se naturalizou vitorinense e tem sua família até hoje enraizada em Manoel Vitorino, muitos foram aventureiros que ganharam a confiança do povo e fraudaram nossa cidade.
Fico imaginando, o que foi que nós fizemos todos esses anos de oportunidade que nos foi proposto através do voto, será que se tivéssemos elegido nossos conterrâneos para presidir sobre nós, nosso município não teria tomado rumos diferentes?
Não dar pra responder a questão a cima, mas dar para mudar de atitude diante de nossos contemporâneos. Na atualidade as cenas voltam a repetir-se, no legislativo parece até uma piada, quando vemos os nossos pré-candidatos a vereadores, eles se mandaram de Catingal e Manoel Vitorino a décadas, alguns veem ao município em época de eleições ou a cada dois meses para visitar as terras que não puderam levar com eles, a família mora em Jequié ou Vitoria da Conquista, os filhos estudam lá, a casa da família é lá, seus negócios e comércios são lá; porém, em época de eleição eles vem vindo de mansinho!, marca um exame pra um, marca uma cirurgia pelo SUS pra outro, dá uma carona para um outro até ao fórum para tirar o título de eleitor e nisso, eles vão intitulando de “Trabalho Prestado”, e se candidata a vereador de nosso município. Mas, acalma aí! o pior não é isso, o problema é muito mais profundo e preocupante.
É que segundo o nosso Mestre Jesus, o profeta não é honrado em sua própria Pátria, e aí meu querido é que está o problema da nação, o eleitor inconscientemente tende a votar no forasteiro para presidir sobre si, por que não acredita no seu próprio povo.
Chega me dar medo, afinal, quando Jesus foi preso, Pilatos realizou o primeiro plebiscito da história. Por ocasião da festa costumava o governador soltar um preso, escolhendo o povo aquele que quisesse. Estando o povo reunido, perguntou-lhe Pilatos: Qual quereis que vos solte? Barrabás, ou Jesus, chamado Cristo? E, unanimemente o povo escolheu Barrabás.
O historiador da Unicamp (SP) Leandro Karnal, disse ao G1 que, “Não existe país com governo corrupto e população honesta”.
Por isso é que na Bíblia se contem: “O Homem que vós escolherdes para presidir sobre vós deve ser aquele que o Senhor, teu Deus, escolher; homem estranho, que não seja dentre os teus irmãos, não escolherás para presidir sobre ti, e sim um dentre teus irmãos”. Deuteronômio 17:15.
Levy Barros
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